Foto: Divulgação/ND
O cachorro que
atacou e matou um bebê recém-nascido em Biguaçu, na Grande Florianópolis, está
apto para adoção. A cadela sem raça definida está em um centro de treinamento
do município desde o dia 30 de agosto.
O animal passou por um período de adaptação e por
atividades de adestramento. De acordo com Anderson Ross, adestrador e
proprietário do centro de treinamento, até o momento, a cadela não demonstrou
traços de agressividade.
O adestrador atesta que o animal já está pronto
para ser encaminhado a um novo lar. Segundo ele, pelo menos duas famílias já
demonstraram interesse em adotá-lo.
Anderson diz que os primeiros dias no centro de
treinamento foram de adaptação. Testes realizados, inclusive, com crianças,
transcorreram sem transtornos, conforme o empresário. Reportagem do ND+
detalhou o processo de adestramento.
Rotina fixa
As duas cadelas que pertenciam à família moradora
de Biguaçu foram encaminhadas ao centro de treinamento. O animal que avançou no
bebê tem a cor preta, porte médio, de dois a três anos, e se chama Rayska. A
outra cadela tem a cor branca e caramelo, é idosa e se chama Mel.
Ambas possuem uma rotina fixa. São soltas pela
manhã nas dependências do centro de treinamento, correm, brincam e são
novamente colocadas no canil. À tarde, os animais passeiam na rua e interagem
com outras pessoas.
Na sequência, retornam ao centro, onde brincam por
mais um tempo para, então, irem dormir. “As cadelas estão muito diferentes de
quando chegaram aqui. Eram agitadas. Agora, elas têm espaço para interagir e gastar
energia”, avalia Ross.
Condições para adoção
Anderson Ross explica que há determinadas condições
para a adoção das duas cadelas. Com relação a Rasyka, o adestrador diz que o
ideal é que ela vá para uma família que já possua outro cachorro. Isso porque
ela interage bem com outros animais.
Já a cadela Mel, por ser mais idosa e dominante, o
adestrador indica a uma família sem outros animais. No entanto, demonstrar
interesse não é o suficiente para a adoção.
“Vamos verificar a rotina da família. Tem que ter
tempo e dedicação ao cachorro. Sair para passear e interagir com animal. As
cadelas precisam de afeto e dedicação para que não ocorram problemas
futuramente. A Rasyka se mostrou uma cadela muito companheira”, afirma Ross.
Caso as adoções não se concretizem, o empresário
diz que as cadelas vão permanecer no centro de treinamento. “Não temos pressa
para a adoção. Elas vão poder ficar conosco por tempo indeterminado”, conclui.
Relembre o caso
O caso que chocou a região da Grande Florianópolis
aconteceu no dia 14 de agosto. Um inquérito policial foi aberto para investigar
as circunstâncias do ataque. De acordo com o delegado Rodrigo Dantas, as duas
cadelas brigaram enquanto os tutores entregavam a comida.
Em seguida, o casal tentou separar a briga, mas um
dos animais entrou na residência e avançou na criança de apenas 23 dias, que
estava no sofá. O bebê foi levado ao hospital em estado gravíssimo. No entanto,
a morte foi confirmada ainda na tarde do dia do ataque.
A equipe de investigação esteve no local onde o
bebê morreu para apurar se os cães sofriam maus-tratos, mas a possibilidade foi
descartada. Inicialmente, a Polícia Civil havia atribuído a autoria do ataque
ao bebê a um cão da raça chow-chow. A informação, no entanto, foi corrigida.
Com dificuldades para doar os animais, os pais da
criança buscaram auxílio da prefeitura municipal. Com o apoio da Famabi
(Fundação Municipal do Meio Ambiente de Biguaçu), os cães foram encaminhados à
Unidade de Vigilância de Zoonoses do município, onde foram castrados.
Posteriormente, as duas cadelas foram encaminhadas
ao centro de treinamento.
Por Bruna Stroisch
Fonte: ND Mais
Nota do Olhar Animal: Claro que o cão
não tem culpa e responsabilizá-lo pela tragédia que tirou a vida da criança
seria um ato de vingança, jamais de justiça, MESMO que o cão fosse considerado
“agressivo”. E, por vingança, lamentavelmente ainda é comum que animais sejam
abatidos após ocorrências como esta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário