Mariana Dandara | Redação ANDA
Foto: Ilanna Serena/G1
Um protesto
realizado na manhã de quarta-feira (22) por carroceiros de Teresina, no Piauí,
expôs o especismo que permeia a sociedade. Contrários a um projeto de lei que
prevê dias de descanso para cavalos explorados para puxar carroças, os
manifestantes atearam fogo em pneus e interromperam o trânsito na Avenida
Marechal Castelo Branco, em frente à Câmara Municipal, das 7h às 9h.
Além de impor
descanso aos finais de semana para os cavalos, a proposta também prevê auxílio de
R$ 300 aos carroceiros. Eles, no entanto, discordam do valor e, por isso,
manifestaram-se. Carroceiro há vinte anos, Almir dos Santos, de 61 anos,
criticou também a proibição do uso do veículo de tração animal aos finais de
semana.
O idoso argumentou que a
profissão da qual faz parte é “marginalizada” e “sofre preconceito”. Disse
ainda que é “uma profissão como outra qualquer qualquer” e que é o meio de
“ganhar o pão de cada dia”. “Precisamos trabalhar aos finais de semana”, disse
ao G1 o carroceiro, que argumentou que o faturamento costuma ser maior aos
sábados e domingos.
“Nós não maltratamos animais, pode até ter algum que faça, mas
não são todos”, afirmou Almir ao defender a profissão sem levar em consideração
os maus-tratos inerentes à tração animal, como o incômodo e as lesões causadas
na língua e na boca dos cavalos por conta do freio, além do peso sobre a coluna
desses animais, que mesmo quando não é excessivo pode gerar problemas de saúde,
conforme comprovado por estudos.
Há ainda a exploração, que independe dos maus-tratos. Um animal
bem tratado ainda assim pode ser explorado. Isso porque forçar um cavalo a
realizar uma atividade anti-natural para a espécie, obrigando-o a realizar
ações que ele não faria por conta própria e que não o beneficiam, apenas para
que um humano seja favorecido, configura exploração.
Acordo entre vereadores e carroceiros
Um acordo entre vereadores e carroceiros presentes na
manifestação resultou em uma readequação do valor do auxílio, que passou para
R$ 600. Para isso, outro projeto de lei precisará ser apresentado, conforme
exposto pelo presidente da Câmara, Jeová Alencar (MDB), que informou que a nova
proposta já está sendo elaborada pela prefeitura.
Foto: Ilanna Serena/G1
Ao comentar o caso,
a presidente da Associação de Trabalhadores em Veículos de Tração Animal, Tina
Lima, disse que “todos os carroceiros estão felizes e de acordo com a decisão”.
“Eles disseram que o projeto foi suspenso, um projeto que prejudicava os
trabalhadores e suas famílias. Queremos respeito e esperamos que a decisão seja
mantida”, afirmou.
Para que a nova
proposta seja elaborada, foi marcada para esta quinta-feira (23) uma reunião
entre carroceiros e representantes da Prefeitura de Teresina. O objetivo é
debater formas de beneficiar os animais sem prejudicar os trabalhadores.
Por uma sociedade sem tração
animal
Embora a proposta a
ser elaborada possa, de fato, beneficiar os cavalos ao livrá-los da exploração
duas vezes na semana, o especismo permanece. Isso porque a única forma de
combater esse tipo de preconceito que estabelece a superioridade humana às
demais espécies é colocando fim a práticas exploratórias. Sendo assim, o
projeto de lei ideal deveria proibir veículos de tração animal.
A demanda dos
carroceiros pela sobrevivência, no entanto, é legítima. Mas é preciso, porém,
não só prover alternativas de sustento a essa categoria, como conscientizar a
sociedade como um todo sobre a necessidade dos humanos terem seus direitos
resguardados sem que para isso os animais tenham que perder seus próprios
direitos.
Fonte:
anda.jor.br
NOTA:
um cãozinho da raça podle de cor branca foi encontrado e está no Consultório
veterinário dr Marcelo Lins no bairro Cambona
em Maceió Alagoas.
Está
bem mas precisamos encontrar o dono.
Informações
: 999815415
Foto:
ilustração



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