Após uma série de
denúncias contra a postura da Fundação Renova em relação aos animais atingidos
pelo rompimento da barragem de Fundão, a situação de maus tratos será levada à
audiência judicial, realizada de forma remota, na sexta (24), às 15h.
A audiência tem como
pauta a denúncia feita contra a Fundação Renova, realizada em janeiro deste ano
pela Cáritas Regional Minas Gerais, na condição de Assessoria Técnica das
pessoas atingidas pela barragem de Fundão em Mariana. A denúncia foi construída
com as comunidades atingidas que relatam o descumprimento de diversos acordos
por parte da Fundação, entre os quais, destaca-se o fornecimento de alimentos
aos animais. O envio de comida é insuficiente e isso tem causado fome extrema e
até a morte de animais, configurando uma grave situação de maus-tratos.
Entenda o caso
Foram vários os impactos causados pelo rompimento
da barragem de Fundão, como mortes de pessoas, plantações e pastagens. Nos
acordos de reparação, as mineradoras Samarco, Vale e BHP se responsabilizaram,
com o cuidado aos animais atingidos. No entanto, desde 2017 as famílias
atingidas têm relatado problemas relativos ao fornecimento da alimentação
animal.
Alimentos mofados, insuficientes e/ou entregues
fora do prazo, a suspensão do fornecimento de alimentos sem justificativa
plausível, entre outras situações, têm causado fome aos animais e angústia às
famílias atingidas. Segundo os atingidos, os criadores e produtores rurais não
conseguem adquirir alimento extra na região, que sofre de escassez provocada
pelo desastre.
Problemas que são recorrentes
Além dos problemas com animais, os atingidos também
denunciam a infraestrutura dos terrenos em que muitas famílias foram alocadas
“provisoriamente”. Há erosões, pastos pequenos, problemas com cercas, currais
inadequados e outros problemas.
Os animais que estão numa fazenda em Barra Longa,
sob responsabilidade da Fundação Renova, também vivem em risco. Há relatos de
atingidos que viram seus animais magros, sem aparo da crina, com casco
desgastado e sem doma, o que os torna mais agressivos com o passar do tempo.
Alguns dos animais são gerados a partir de processos de inseminação artificial
e com tratamento específico, mas a Renova os deixa misturados a outros animais
de raças diferentes, prejudicando o investimento dos produtores. Além disso,
não é garantida a reprodução de muitos desses animais, o que também prejudica a
fonte de renda dos proprietários.
O caso foi repassado ao Ministério Público de Minas
Gerais (MPMG) da Comarca de Mariana, ao Grupo Especial de Defesa da Fauna do
MPMG, à Comissão de Direitos Humanos e à Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, ambas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
(ALMG).
Fonte e foto: Portal da Cidade Mariana
Nota do Olhar Animal: A audiência já
ocorreu, porém julgamos ser importante divulgar as acusações. Caso sejam
disponibilizadas informações sobre a audiência, atualizaremos.


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