Após meses de reabilitação no hospital veterinário da
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), de Sinop, a macaca Chicó, que
sofria maus-tratos em uma fazenda, foi devolvida à natureza. Ela tinha sido resgatada em março deste ano, na
propriedade rural em Sorriso, onde vivia acorrentada.
Chicó foi mantida em cativeiro por mais de 20 anos, mas acaba de
ganhar um novo lar no Parque Zoobotânico da Vale na Floresta Nacional de
Carajás, no Pará, onde há um programa de conservação para a espécie.
A macaca-aranha-de-testa-branca foi resgatada no dia 24 de março
em uma propriedade rural de Sorriso, onde ficava acorrentada e era obrigada
pelo dono a fumar e ingerir bebida alcóolica.
Inclusive, a polícia foi até o local depois que um vídeo em que
o dono da fazenda aparecia dando bebida alcoólica para ela começou a circular
nas redes sociais.
Chicó foi trazida para o hospital veterinário da UFMT de Sinop,
em março. Ela ficou quatros meses, e passou pelo processo de reabilitação para
recuperar costumes da espécie, que tinha perdido por ser criada com humanos.
Quando chegou ao
parque, ela ficou no setor de quarentena e depois foi transferida para a
ambientação. Agora vive com outros animais da mesma espécie.
‘Chicó’ usava coleira e se arrastava como cachorro. “Faltava
postura de macaco-aranha, como o deslocamento em altura e utilização da cauda
preênsil, porque ela sempre ficava no chão. Também comia como um cão, sem usar
as mãos. O macaco-aranha faz isso, mas é um comportamento onipresente,
geralmente, usam muito as mãos e a calda”, explicou a professora e pesquisadora
veterinária da universidade, Elaine Dione.
Espécie ameaçada
O macaco-aranha está na lista de primatas ameaçados de extinção
do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).
A espécie costuma viver em área restrita, como na região da
bacia do Rio Teles Pires, que, atualmente, está sob intenso impacto de
desmatamento.
Geralmente, o animal é caçadora para alimento e também para se
transformar em ‘xerimbabo’ – animal de estimação- pelos índios.
O macaco-aranha-de-testa-branca é conhecido também por Coatá. A
pelagem é inteiramente preta, na fronte da cabeça possui uma mancha branca e
listras brancas dos lados da face. Ele mede de 34 a 50 cm de comprimento e
pesam entre 5 a 6 kg., com membros compridos e de estrutura esguia.
A viagem de Chicó envolveu a Associação de Aquários e Zoológicos
do Brasil (AZAB), Instituto Chico Mendes (ICMBIO), Secretaria Estadual de Meio
Ambiente (Sema-MT), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), Parque Zoobotânico da Vale e Hospital Veterinário
da UFMT Sinop.
Fonte: G1///// Fotos: Divulgação




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