Mariana Dandara | Redação ANDA
Foto: Reprodução/RedeGN
Turistas que
descansavam nas Dunas de Casa Nova, na Bahia, flagraram cenas de maus-tratos a
cavalos e relataram, inclusive, ter visto animais se arrastando de cansaço. Uma
foto mostra um dos cavalos sendo forçado a puxar uma carroça pesada sob forte
sol em meio às dunas.
A região é um ponto
turístico que atrai muitos turistas aos finais de semana. No entanto, se por um
lado os dias ensolarados nas dunas são de muita diversão e descanso para as
pessoas, para os cavalos resta apenas o sofrimento causado pela exploração
imposta por carroceiros.
Além da dificuldade de
suportar o peso da carga, os cavalos também sofrem para caminhar no denso areal
e ficam esgotados de calor, sede e cansaço. De acordo com a denúncia feita ao
portal RedeGN, há cavalos caquéticos forçados a puxar carroças e a maioria é
obrigada a fazer o mesmo percurso várias vezes ao dia.
Uma turista que preferiu não ser identificada relatou que os
cavalos também apanham dos carroceiros. “Quando fui reclamar com um por estar
batendo, ele disse que eu precisava reclamar com todos, porque todos batiam. É
um sufoco ver esses animais trabalhando forçadamente em meio a tanta areia. Eu
via eles se arrastando de tão cansados”, afirmou.
Indignados, os turistas pedem que a Prefeitura de Casa Nova tome
providências e proíba a exploração de cavalos para o transporte de mercadorias
nas dunas. A administração municipal não se pronunciou sobre o caso.
Tração animal: exploração e tortura
Vistos pelos humanos como seres nascidos para serem explorados
em prol dos interesses da sociedade, cavalos e burros são frequentemente
tratados como máquinas. Forçados a puxar veículos de tração animal, eles vivem
vidas miseráveis. Muitos sofrem maus-tratos constantes, incluindo agressões e
privação de cuidados adequados.
Encontrar esses animais soltos em vias públicas, correndo risco
de atropelamento, não é raro. Omissos com a tutela desses seres vivos, os
tutores que buscam facilidades e se esquivam de trabalho, não querem mais nada
além de forçar cavalos e burros a carregar cargas e transportar pessoas. Por
isso, é comum que não exista preocupação com uma alimentação adequada, tampouco
com a necessidade de mantê-los em um local confortável e que não os submeta a
riscos.
Estudos comprovam que o peso de uma única pessoa sobre a coluna
de um cavalo pode ser suficiente para prejudicar sua coluna – que dirá as
cargas excessivas que esses animais são obrigados a transportar. O freio
colocado na boca dos cavalos também gera feridas na língua desses animais e, ao
serem puxados pela corda presa ao freio, eles sentem dor.
A vida na natureza, com outros animais, não faz parte da rotina
da maior parte desses cavalos e burros. Isso porque até mesmo os que são
criados na zona rural passam a maior parte do tempo puxando carroças, sem poder
desfrutar da própria vida. Pastar livremente, dormir, interagir com outros
animais, livres de celas, peso, incômodos e dores pode parecer pouco para
humanos que consideram inútil respeitar o instinto de um animal. No entanto, as
atividades executadas por conta própria definem quem são os cavalos, burros e
quaisquer outros animais e devem ser respeitadas como o que são: a essência de
cada um deles.
Nenhum animal nasce para atender às demandas humanas. Eles
existem por propósitos próprios. Mas a humanidade só será capaz de entender
isso quando aceitar que humanos não são superiores e não podem controlar,
subjugar, maltratar, explorar e matar animais por terem interesses por trás
dessas ações. Cada animal é uma vida e deve respeitado como sujeito de direitos
– dentre eles, o direito de ser quem se é sem ser visto como um objeto à
serviço dos seres humanos.
Fonte: anda.jor.br


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