Mariana Dandara | Redação ANDA
Foto: Marco Favero / Agencia RBS
Um ano após a morte
da cadela Belinha, assassinada por um comerciante em Sapucaia do Sul, no Rio
Grande do Sul, uma praça será inaugurada em homenagem ao animal. A iniciativa é
do adolescente Jackson Alessandro Delavechia de Lima, de 14 anos, que presenciou
o momento em que Belinha foi morta por um comerciante da cidade e, para honrar
a memória de sua melhor amiga, decidiu homenageá-la.
E a ideia de fundar
a praça surgiu com apenas um dia da morte da cadela. Segundo a mãe do
adolescente, Alexandra Moreira da Silva, seu filho acordou no dia seguinte ao
assassinato de Belinha, olhou para uma área verde em frente à casa onde mora,
no Loteamento Nascer do Sol, bairro Boa Vista, e decidiu homenageá-la.
“Mãe, a Belinha não está
mais aqui para me acordar, mas quero um lugar onde os seres humanos possam
brincar com seus animais”, teria dito o garoto, segundo Alexandra. A praça foi
construída por meio de doações.
“Nunca vou esquecer ela, não tive mais outro cachorro, a Belinha
era considerada da família, todo mundo ficou triste quando ela se foi. Ainda é
difícil esquecer aquela brutalidade que foi feita, não tinha necessidade
daquilo, infelizmente aconteceu”, lamentou Jackson em entrevista ao jornal
GaúchaZH.
A cadela foi morta enquanto esperava o tutor em frente a um mercado.
O dono do estabelecimento se irritou com a presença do animal e atirou contra
ela. Jackson presenciou a cena e tentou socorrer a cadela, mas ela não
resistiu.
Preso em flagrante, o comerciante Nelson Edison Martins
Fagundes, 43 anos, ficou apenas 27 horas na cadeia, tendo sido beneficiado pela
liberdade provisória. Atualmente, ele responde pelo crime na Justiça e aguarda
a próxima audiência sobre o caso.
O destino do comerciante, porém, não interessa para Alessandra,
que desde o dia do crime teve como foco apoiar seu filho. Na época, a morte de
Belinha alcançou tamanha repercussão que Jackson foi apoiado por pessoas de
todo o país e ganhou, inclusive, uma camisa do Grêmio autografada pelos
jogadores. Além disso, uma vaquinha online arrecadou R$ 4 mil para a família.
Foto: Marco Favero / Agencia RBS
Para a mãe de
Jackson, ter presenciado o sofrimento do filho foi desolador. “Isso queima, é
que nem brasa quente na tua mão, escutar isso da boca dele, depois que
aconteceu tudo aquilo, mas a gente reverte e a emoção toma conta ao também
ouvir dele a vontade de ter a praça. Eu estou emocionada, me tranca as palavras
toda a ajuda que recebemos”, afirmou.
E essa ajuda
transformou a área verde em uma praça com brinquedos, lixeiras, floreiras e
outros equipamentos. Localizada no bairro Boa Vista, em frente à Rua Antenor da
Silva, a praça foi construída não só com doações, mas com o apoio de moradores
e funcionários da prefeitura de Sapucaia do Sul, que limparam a área.
No dia 12 de
outubro, uma festa será realizada no local. O evento, que respeitará as medidas
de prevenção ao coronavírus, terá como objetivo inaugurar a praça. Para
complementar a comemoração, a família pede doações de balas, pirulitos e
brinquedos para crianças. Durante o evento, eles pretendem conscientizar a
população sobre cuidados com animais e mostrar que há formas de reparar traumas
como o que Jackson sofreu.
“Peço que cuidem
muito bem dos seus animais, não deixem passar fome e frio. Tenho certeza que,
quando tudo estiver dando errado, ele vai estar lá para te ajudar, é o único
amigo que tu vai poder contar, ele nunca vai contar o teu segredo. Parece que
tu entende o que eles latem ou miam”, concluiu Jackson.
Fonte: anda.jor.br


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