O turismo tem sido um dos setores
mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus. Mas para além das
agências de viagens, companhias aéreas e hoteis, há uma série de pequenos
empreendedores que já sofrem os efeitos da crise. Na
Tailândia, onde parte da receita vem da exploração de safaris,
por exemplo, cerca de 2 mil elefantes não tem mais o que comer.
O problema começou ainda em janeiro. Isso porque
dos 40 milhões de viajantes que visitam o país asiático a cada ano, mais de um
quarto vêm da China, onde o surto da doença
começou. Em fevereiro, o número total de turistas foi 44% menor do
que no mesmo período do ano passado.
A queda repentina no fluxo resultou no fechamento
de dezenas de parques e de outras atrações turísticas relacionadas aos
elefantes, que são o animal-símbolo da Tailândia.
Em entrevista ao New
York Times, a gerente geral de um parque disse que 85 empresas desse
tipo no norte do país suspenderam suas atividades devido à falta de visitantes.
Ao todo, a Tailândia já tem mais de mil casos de
Covid-19 registrados.
Não podem voltar à natureza
Sem arrecadar, donos de elefantes não tem como
alimentar os animais, que geram um gasto com comida de até US$ 40 por dia. Para
se ter uma ideia, o valor é três vezes maior que o salário mínimo diário da
Tailândia.
Estima-se que, no pais, existam 2,5 mil elefantes
livres e 3,5 mil em cativeiro –
desses, 75% foram retirados da natureza. Ainda assim, soltar os elefantes
domesticados na floresta não é uma opção. Além de não saberem mais buscar
alimentos sozinhos, eles estariam em perigo e teriam de competir por comida com
os elefantes selvagens.
Segundo Soraida Salwala, da Fundação Amigos do Elefante
Asiático, ali ainda existem minas terrestres remanescentes dos
conflitos da região e os elefantes também podem acabar pisando nelas.
Por Ranyelle Andrade
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