Joe Exotic, conhecido
como Tiger King (Rei Tigre) dirigiu um mini zoológico por quase 20 anos.
Organizações sem fins lucrativos acusaram o zoológico de tratamento ruim, e uma
disse que os animais eram esmurrados, não recebiam avaliação de veterinários e
eram mortos a tiros.
Por quase 20
anos, Joe Exotic dirigiu um mini zoológico em Oklahoma que abrigava leões,
tigres e cobras.
Ele agora
foi sentenciado a 22 anos de prisão por tentar contratar um matador de aluguel
para matar um ativista de direitos dos animais e por matar cinco filhotes de
tigre.
O drama que
se desenrola entre Exotic e Carole Baskin, uma ativista de direitos dos animais
de Tampa, Flórida, que fundou o Big Cat Rescue Animal Sanctuary, é mostrado na
série documentário da Netflix “A Máfia dos
Tigres.
Exotic abriu o Greater Wynnewood
Exotic Animal Park 1999. No seu auge abrigava mais de 50 espécies,
incluindo leões, ursos e lobos.
Entretanto,
o tratamento dado àqueles animais foi muito disputado, e muitas organizações de
proteção animal alegaram que os animais eram agredidos, mantidos em condições
precárias e choravam de estresse.
Em 2006,
Exotic e seu parque foram multados em US$ 25,000 (quase R$ 130.000) por não
prover cuidados veterinários adequados, falhar na proteção de visitantes
durante o manuseio dos animais e sem a equipe adequadamente treinada.
Um dos
relatórios mais condenáveis foi feito em 2012 pela Humane Society dos Estados
Unidos (HSUS).
Por quatro
meses durante o verão e o outono do ano anterior, um investigador da HSUS
trabalhou disfarçado como cuidador de animais no parque de Exotic.
O relatório
alegou que os animais eram mantidos em “condições inóspitas” e “criados para
fornecer filhotes para as fotos com o público e sessões de “brincadeira”, e
muitas vezes eram cuidados por trabalhadores que têm pouca ou nenhuma
experiência em manipular grandes carnívoros ou primatas”.
Filhotes de
tigre eram também “esmurrados, afogados e agredidos com chicotes” enquanto
filhotes de tigre “mordiam, arranhavam e derrubavam visitantes, incluindo
crianças, sendo que alguns deles eram muito crescidos para serem usados para
manipulação pelo público ou em sessão de fotos”.
O relatório
disse: “Um tigre chamado Sarge era usado em uma sessão de fotos no GW, apesar
de estar com quase um ano de idade e ser capaz de infligir ferimentos graves ao
público”.
O proprietário
do GW disse à equipe do parque que “permitir que Sarge interagisse livremente
com os clientes era “muito ilegal” embora as sessões de fotos realizadas
naquele mesmo dia tivessem permitido tal interação”.
O
diretor do parque GW disse à equipe que, se os clientes perguntassem a idade de
um tigre, “… apenas digam que eles estão com apenas poucos meses de vida. Você
não está mentindo, você não está dizendo a verdade… alguns meses de vida. Isso
é tudo o que eles precisam saber. Ah, não diga a eles que tem dezesseis semanas
de idade e que aquele lá que nós vamos brincar mais tarde tem dezoito semanas
de idade, o outro lá é um mês mais velho…””.
Durante o
tempo no parque de Exotic, o investigador disfarçado da HSUS relatou que cinco
tigres ameaçados de extinção morreram, e alegou que dois tigres doentes que
nunca foram examinados por um veterinário morreram e foram enterrados.
“Um
trabalhador confirmou que o método de eutanásia dos tigres do GW era um tiro de
arma de fogo e descreveu isso como “muito horrível””, a organização relatou.
Foi dito que
um outro filhote sofreu um ferimento na cabeça na casa de Exotic, enquanto o
corpo de um tigre chamado Hobbes “foi retirado por um trabalhador de um “museu
de ossos” na Cidade de Oklahoma, o qual comentou que seria uma vergonha
desperdiçar a pele do tigre”.
O
investigador também disse que o parque retirava filhotes de tigre
recém-nascidos de suas mães para criá-los à mão, ao mesmo tempo em que removia
animais indesejados para outras instalações.
Um dos
acontecimentos mais perturbadores foi a morte de um cavalo supostamente
alvejado cinco vezes antes que seu corpo fosse dado como alimento para alguns
dos grandes felinos do parque.
O relatório
citou que um membro da equipe do parque não identificado teria dito ao investigador
disfarçado do HSUS: “… e Scott pegou o cavalo e nós o colocamos na lixeira … e
Davie vai e – “POW!””.
“Bate no
filho da p… direto aqui … o sangue começa a jorrar do seu nariz … três dedos
(largura) embaixo dos seus olhos … o nariz … o cavalo correu louco … ele
começou a esguichar sangue por todo lugar … sobre Davie, na p… dos carros
estacionados lá … a lixeira estava coberta de sangue … “atire de novo Davie,
atire de novo”. “POW!” de novo.
“Cavalo f…
não morria … “POW!” terceira vez, ainda não cara, f… o cavalo dava coices, o
sangue f… esguichando por todo lugar.
“Quarta vez,
“POW!” F… não! A quinta vez ele finalmente f… atire nele … maldito!”.
Outras alegações incluem:
·
Um serval doente que ficou sem
cuidados veterinários por semanas. Mais tarde, foi tarde eutanasiado;
·
Tigres e leões usados para criar
ligres, uma espécie controversa não encontrada na natureza;
·
Conservadores dizem que ligres
podem ter anomalias genéticas, e sua criação é antiética e por ganância;
·
Adolescentes e crianças admitidos
em jaulas com lobos adultos;
·
Ursos ficavam sem água a
temperaturas acima de 37°C;
·
O administrador do parque disse
que precisaria fechar porque não poderia pagar sua conta de água durante uma
onda de calor, o que foi um “truque de propaganda … para fazer as pessoas
gerarem dinheiro”.
Apesar de Exotic não ter sido formalmente
investigado ou acusado destas alegações, foi condenado por oito acusações de
violação à Lei Lacey por falsificação de registros de vida selvagem, e nove
acusações de violação da Lei das Espécies Ameaçadas, assim como por encomendar
o assassinato de Carole Baskin.
A Lei Lacey da América torna crime falsificar
registros de transações de vida selvagem em comércio interestadual.
Depois que Exotic foi sentenciado em janeiro a 22
anos atrás das grades, a Procuradoria do Distrito Oeste de
Oklahoma disse em um pronunciamento que: “Exotic matou cinco
tigres em outubro de 2017 sem um veterinário presente “para abrir espaço na
jaula para outros grandes felinos”.
O pronunciamento continuou: “Porque os tigres são
uma espécie ameaçada, estas supostas mortes e vendas violaram a Lei das
Espécies Ameaçadas”.
Ele também “vendeu e ofereceu a venda filhotes de
tigres em comércio interestadual”.
Exotic continua a negar as acusações. Um dia antes
de sua sentença, ele divulgou uma carta para Donald Trump onde topede o perdão
presidencial.
Por Dave Stubbings / Tradução de Fátima C G
Maciel
Fonte e fotos: Mirror
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