Por
Fátima ChuEcco
As pandemias já são desastrosas por natureza, mas o
preconceito pode piorar muito as coisas. Embora veterinários e a própria OMS –
Organização Mundial de Saúde estejam alertando que cães e gatos não transmitem
o coronavírus COVID-19, muitas pessoas abandonaram seus animais domésticos em
várias cidades da China onde, inclusive, alguns cães e gatos estão sendo mortos
nas ruas em cenas de brutalidade explícita.
Com o avanço do COVID-19 no Brasil, já começam a
surgir os primeiros sinais de preconceito contra os animais. Numa casa do
bairro do Ipiranga, em SP, um cartaz presta um desserviço citando uma notícia
falsa e pedindo que a cadelinha da família, que é mantida no jardim da frente,
não seja tocada pela vizinhança: “Foi confirmado que cães e gatos também pode
ser contaminados por coronavírus. Favor não acariciar e nem deixar ela lamber
seus dedos, pois ela pode pegar e você também”.
O proprietário chegou a telar toda a frente da casa
para evitar que toquem na cadelinha que é muito querida, mansa e frequentemente
acariciada pela vizinhança. Um cartaz irresponsável como esse pode causar
graves consequências. Pessoas que não estão acompanhando de perto as notícias
podem acreditar na “fake news” do cartaz e começarem a abandonar seus animais
ou, ainda, desistir de uma adoção.
A veterinária Karla Bruning de Oliveira, da
Esalpet, esclarece que cães e gatos podem contrair o coronavírus “apenas” em
suas configurações caninas e felinas, que não são transmitidas para os humanos.
“A coronavirose é uma doença comum em cães e gatos.
Nos cães, a forma mais registrada é a gastroentérica, transmitida por meio do
contato com fezes contaminadas. Nos gatos, a coronavirose é causadora da
peritonite infecciosa felina, uma doença grave também transmitida pelo contato
com as fezes”, explica a veterinária.
Recentemente muitas pessoas se apavoraram com a
notícia de um cão levado à quarentena em Hog Kong por suspeita de ter
“vestígios” do coronavírus COVID-19. No entanto, embora a tutora do animal
esteja infectada, os testes mais complexos deram negativo para o cachorro. O
governo de Hong Kong fez questão de divulgar o resultado ontem (12/03) para
diminuir o medo da possibilidade de transmissão humano-animal.
O cão havia testado repetidamente “positivo fraco”
desde o final de fevereiro, com baixos níveis do vírus encontrado em suas
cavidades nasais e orais. Novos testes foram então solicitados para confirmar
se havia sido infectado ou se as amostras eram devido a contaminação ambiental,
já que o cão naturalmente tem contato físico com seu tutor, inclusive, pode
lambê-lo.
Especialistas em saúde animal que examinam o caso
de Hong Kong disseram que os tutores não devem se preocupar e nem abandonar
seus animais. Nesse momento, o mais importante é disseminar a verdade: cães
e gatos não transmitem coronavírus. Qualquer pessoa que pregue o contrário está
incentivando preconceito e ódio contra os animais, incentivando abandono e
maus-tratos. Denuncie!
Fonte e fotos: anda.jor.br
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