Burros selvagens africanos fazem parte das 30 mil espécies em perigo de
extinção e podem desaparecer até 2023. Quénia foi o último país a
proibir a caça da espécie, o que poderá contrariar previsões.
Enquanto dormia – o
Miguel Pinheiro ou a Filomena Martins preparam para si um guia resumido do que
se passa, logo de manhã pelas 9h00, todos os dias úteis.
À quinta-feira à noite, a Maria Ramos Silva
oferece-lhe uma seleção semanal de artigos para o ajudar a viver melhor e
planear o seu fim de semana.
Existem mais de 30 mil espécies sob ameaça de
extinção, o que representa 27% das espécies analisadas pela União Internacional
para a Conservação da Natureza (UICN). Entre estas espécies há uma menos
exótica, mas igualmente ameaçada: os burros selvagens africanos. Quénia foi o
último país a proibir a caça desta espécie e a decisão poderá originar uma
reviravolta nas previsões, que estimam que estes animais desapareçam até 2023.
A espécie foi domesticada há cerca de seis mil
anos, segundo a
organização internacional Edge, e, apesar de os burros no geral não correrem
risco de extinção, “já só restam algumas centenas dos seus ancestrais
selvagens”.
As populações de burros selvagens estão a diminuir como
resultado da caça, tanto pela carne como pela medicina tradicional, a
competição com o gado por recursos limitados no deserto e a hibridização com o
burro doméstico”, explica a mesma organização.
Segundo a Lista Vermelha de Espécies
Ameaçadas da UICN, que observou cerca de 70 burros exóticos
africanos e os classificou como espécie “criticamente ameaçada”, existem
atualmente menos de 600 animais desta espécie em Eritreia e na
Etiópia. O número de adultos é de aproximadamente um terço do total
existente, o que significa que deverão ser entre 23 e 200 animais.
No final de fevereiro, o Ministério da Agricultura
do Quénia decretou o fecho dos quatros matadouros, em resposta aos protestos no
país e aos vídeos de organizações
que pediam o fim das trocas com a China, onde é feita uma gelatina de pele de
burro que terá propriedades medicinais. “Queremos acabar com esta criminalidade
e brutalidade, e queremos colocar os burros de volta no lugar certo na nossa
sociedade, que é a apoiar estilos de vida e a assegurar meios de transporte
cruciais”, afirmou Peter Munya, ministro da Agricultura,
aos media locais.
Segundo os dados da
Organização de Agricultura e Gado (KALRO), entre abril de 2016 e dezembro de
2018, foram mortos mais de 300 mil burros e foram exportadas mais de duas
toneladas de pele.
As projeções indicam que até 2023 (em três anos), a
população de burros será esgotada mantendo todos os fatores constantes”,
segundo a KALRO, que explica que “a taxa média anual de burros abatidos (5,1%)
foi cinco vezes maior que a taxa de crescimento anual da população de burros
(1,04%)”.
O país acabou mesmo por seguir a tendência dos
outros e proibir por completo que estes animais fossem mortos, o que poderá ser
um passo significante para evitar que esta espécie seja extinta.
“Nos últimos cinco anos, Quénia tem sido o
principal centro de exportação comercial da África. À medida que a população de
espécimes foram diminuindo, os comerciantes expandiram a sua rede para criar um
stock e, durante o último ano e meio, a maioria dos burros abatidos veio de
países vizinhos, como a Etiópia e a Tanzânia. Em muitos casos, eles foram
roubados e traficados ilegalmente”, explicou Simon Popes, da organização
Pessoas pelo Tratamento Ético de Animais (PETA), citado pelo El
País.
Fonte e foto : Observador / mantida a
grafia lusitana original
Nenhum comentário:
Postar um comentário