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Em 2007, a pesquisadora Annie Potts, doutorada em
Filosofia e co-diretora do Centro Neozelandês de Estudos Humano-Animais da
Universidade de Canterbury, publicou o estudo “Consumo Livre de Crueldade na
Nova Zelândia”, que apresentava dados a respeito das perspectivas e
experiências de vegetarianos. Na época, a pesquisa já mostrava a existência de
pessoas que se negavam a ter relações íntimas com quem come carne. Uma delas,
com 41 anos na época, afirmou que se beijar um fumante é, para um
anti-tabagista, como lamber um cinzeiro, para um vegetariano ou vegano beijar
quem come carne é igual a ter contato com um cemitério.
“Não gostava de ter intimidade com alguém cujo
corpo é literalmente feito de corpos de outros seres que morreram para o
sustentar”, justificou a entrevistada pelo estudo. “Mesmo que eu achasse a
pessoa muito atraente, não ia gostar de me aproximar dela se o seu corpo fosse
derivado de carne. Os corpos das pessoas que não são vegan têm um cheiro
diferente, mas para mim é sobretudo uma questão de ética sexual”, completou.
A quantidade de pessoas que se negavam a ter
relações sexuais com quem consome carne já era tão significativa na época que
levou a pesquisadora a cunhar o termo “vegansexuais”. As informações são do
portal Visão.
A pesquisa entrevistou 157 pessoas, sendo 120
mulheres. Desses, 63% afirmou que desejava se relacionar com alguém que também
respeitasse os animais. Uma das entrevistadas, de 21 anos, afirmou que cogitava
terminar um namoro porque seu companheiro não partilhava de seus ideais a
respeito dos animais. “Estamos a tentar acertar o passo, mas não sei se vamos
conseguir”, disse.
Uma vegana inglesa, em entrevista ao portal Vice,
chegou a afirmar que “é mais simples dizer que um ambientalista não se
envolveria com um explorador de uma mina de carvão” porque “quando se trata de
dieta e animais parece que as coisas ficam muito confusas”.
Entrevistada por Annie, uma mulher de 49 anos, de
Auckland, disse que nem pensa em beijar os lábios de pessoas que “permitem que
pedaços de animais mortos passem entre eles”.
Pesquisas recentes mostram que essa realidade só
tem aumentado. Um levantamento feito pelo site britânico SpeedDater,
responsável por promover encontros entre os membros, concluiu que 56% dos
vegetarianos e veganos que participaram dos encontros não quiseram conhecer
pessoas que comem carne.
De acordo com Robb Masters, membro da Vegan Society
e moderador do grupo London Vegan Meetup, desde 2011, quando o grupo foi
criado, o número de membros passou de 650 para mais de 8 mil. “Mais do que tem
a própria Vegan Society”, disse. A entidade foi fundada em 1944, no Reino
Unido.
O moderador relevou que a procura por encontros é
tamanha que são promovidos cerca de 12 por mês.
Fonte: anda.jor.br

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