Como
forma de estimular o bem-estar de animais domésticos, a Coordenadoria Especial
de Proteção e Bem-Estar Animal (Coepa), da Prefeitura de Fortaleza, está
implantando microchips em cães e gatos que ganharam novos lares em eventos de
adoção realizados na cidade. Até julho deste ano, 1.977 animais receberam o
dispositivo e entraram para o banco de dados do órgão. O objetivo da iniciativa
é acompanhar os animais adotados para evitar que sejam abandonados.
A titular
da Coordenadoria, Toinha Rocha, explica que o chip implantado é do tamanho de
um grão de arroz e funciona como a “digital” do animal. “Nossa intenção é fazer
campanha de microchipagem, junto com a vacinação antirrábica, de forma a
estimular a posse e guarda responsável. Uma vez um animal abandonado e que este
tenha microchip, os prioritários serão responsabilizados”, destaca.
A maioria
dos animais que receberam os microchips foram adotados em campanhas ou em
eventos promovidos por organizações não-governamentais. O serviço, no entanto,
pode ser requisitado por qualquer tutor e é realizado de forma gratuita na
Coepa. “Se qualquer cidadão desejar, pode entrar em contato com a Coepa e
comparecer ao Vetmóvel, onde é disponibilizada a microchipagem para o animal”,
afirma Toinha.
Abandono
Conforme
dados da Coordenadoria, em Fortaleza, 132 mil cães e gatos estão nas ruas ou,
mesmo com tutores, são vítimas de maus-tratos. “Quem abandona os animais são os
tutores que se sentem proprietários e não levam para vacinar ou para consulta.
Quando o animal envelhece, adoece ou procria, eles abandonam”, analisa.
A
iniciativa da Prefeitura de Fortaleza para atender, prioritariamente, animais
abandonados ou que possuem tutores de baixa renda é o Vetmóvel, serviço que
promove ações de castração, vacinação, testes de calazar e consultas em bairros
da capital cearense. Entre junho de 2018 e julho de 2019, 4 mil animais foram
castrados na unidade móvel.
“Todos os
dias surgem novos pontos de abandono. Quem abandona são as pessoas que moram no
entorno. Tem de ter educação e fiscalização”. Toinha Rocha também cita um
aspecto do planejamento urbano que favorece o abandono de animais. “As praças
públicas ao não serem ocupadas, acabam sendo local de multiplicação de
animais”, conclui.
Fiscalização
Quem
abandona ou pratica maus-tratos contra animais pode receber multa e até ser
preso. Em Fortaleza, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) atua há
quase um ano e recebe diariamente denúncias de crimes contra animais como conta
o delegado titular, Hugo Linard. “O abandono de animais pode repercutir no
âmbito penal. A Lei de Crimes Ambientais, no seu artigo 32, prevê duas condutas
de maus-tratos”, explica.
Hugo
analisa que o abandono animal deve ser uma preocupação da sociedade por
abranger diversos setores, da saúde pública até “o trânsito, em que o animal
pode ser atropelado ou ocasionar um acidente”. “Quem se propõe a cuidar de um
animal tem de estar ciente das suas necessidades”, ressalta.
As
denúncias recebidas pela DPMA são apuradas por uma equipe técnica que recebe
formação ambiental e conta com profissionais como biólogos. Caso seja
comprovada situação irregular, os casos são encaminhados à Justiça.
Por Lucas Falconery,
Fonte e foto: G1 CE
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