“Ontem ela
não conseguia se mexer e não deixava ninguém tocá-la. Quando tentávamos passar
a mão, a bichinha gritava. Mas depois de medicada, ela já está bem melhor e
muito dócil. Demos a ela o nome de Veruska. Posso garantir que quem a vê, se
apaixona”. Esse é o relato da defensora dos animais
e advogada Ana Paula Vasconcelos, que está responsável pela cachorrinha que foi
vítima de um abuso sexual cometido por um homem em situação de rua, no Paranoá.
O crime aconteceu na segunda-feira (25/3) e provocou revolta nas redes sociais.
O suspeito
foi detido, assinou um termo circunstanciado de comprometimento de
comparecimento na audiência judicial. Depois, saiu pela porta da frente da 6ª
Delegacia de Polícia (Paranoá). A cadela também estava na unidade e gritava a
cada tentativa de alguém de tentar chegar perto dela.
Foi com
jeitinho que a defensora Ana Paula conquistou a confiança de Veruska. Mesmo
amedrontada, a cadela se aproximou e ficou com a advogada, que também participa
da ONG Projeto Adoção São Francisco. Após assinar um termo de compromisso de
cuidadora do animal, o destino da cadelinha foi o Hospital Veterinário Antônio
Clemenceau — que tem parceria com a advogada.
“Ela foi o
caminho inteiro dormindo no meu colo. Nosso medo era que algum órgão dela
tivesse se rompido, pois a Veruska apresentava sangramento. Fizemos um
ultrassom, raio x, hemograma e outros exames laboratoriais. Felizmente, não
teve comprometimento”, conta Ana Paula Vasconcelos.
Por causa da
situação, a cadela precisou ser internada no hospital e ainda não tem previsão
de alta. Veruska está tomando remédios fortes para inibir a dor e antibióticos
para tratar de doenças. “Após os cuidados, percebemos uma mudança notória nela.
A Veruska já permite toques e carícias, se mostrando um animal extremamente
dócil”, garante.
Pronta para adoção
Veruska
apresenta comportamentos típicos de um filhote, como agitação e energia para
brincar. Veterinários acreditam que ela tenha entre três e quatro meses de
vida. Agora, o objetivo da defensora de animais é encontrar um lar apropriado
para ela, onde ela possa recomeçar a vida ao lado de pessoas que tenham muito
amor para dar.
“Quem tiver
interesse em adotá-la, pode entrar em contato comigo. O melhor que podemos
fazer para um animal que é vítima de maus-tratos como a Veruska é dar um lar
especial, onde ela se sinta completamente acolhida. É o mínimo que podemos
fazer, pois neste caso, acho que não vamos conseguir o resultado esperado na
Justiça, porque o autor é morador de rua e não tem endereço fixo para ser
encontrado”, destaca Ana Paula.
A advogada
garante que realizará uma campanha para bancar a castração de Veruska. O
procedimento cirúrgico só poderá ser realizado depois de avaliação e liberação
do veterinário. “Antes de entregá-la, eu farei uma avaliação na casa da
família, dou orientações e vejo tudo para que a Veruska tenha o melhor lar.
Porém, mesmo depois de entregá-la, o novo dono tem sempre que me dar noticias
do animal. Se eu ver que o bicho não recebe o tratamento adequado, eu o tomo de
volta. Não se pode ser negligente”, frisa.
Os
interessados em adotar a pequena podem entrar em contato com a defensora de
animais pelo telefone (061) 98215-4751.
Fonte e foto
Correio Braziliense
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