Ativistas fazem um protesto na tarde de sábado (8) em frente
ao Carrefour de Osasco, na Grande São Paulo. Um cachorro abandonado, conhecido
como Manchinha, morreu no dia 30 de novembro. Um segurança do supermercado que
aparece em vídeo com uma barra espantando o cão é suspeito de maus-tratos.
Os manifestantes se reuniram em frente ao mercado
por volta das 15h. Alguns levaram seus cachorros para o ato. Eles seguram
cartazes pedindo justiça e abordam os carros que passam em frente ao local. O
evento foi organizado pelas redes sociais e tinha 12 mil pessoas confirmadas.
Em nota, o Carrefour disse que “se reuniu com
diversas ONGs e entidades que atuam com a causa animal, ouvindo suas
solicitações e recomendações para a construção de iniciativas em prol da
causa”.
O supermercado também elencou ações que tomará após
a morte de Manchinha: revisão dos treinamentos de colaboradores, parceiros e
prestadores de serviço; ampliação das feiras de adoção de animais em todo o
país. Além disso, disse que criará o “Carrefour Pet Day” no dia da morte da
cachorra, “quando apoiará com recursos entidades de acolhimento e defesa
animal”.
Investigação
O segurança do supermercado Carrefour em Osasco, na
Grande São Paulo, que aparece num vídeo espantando um cachorro abandonado com
uma barra, na semana passada, alegou na última quinta-feira (6), em depoimento
à Polícia Civil, que não quis ferir o animal. Ele é investigado por suspeita de
maus-tratos.
Imagens mostram o cão sangrando na pata traseira
esquerda antes de ser laçado e levado por funcionários da prefeitura para uma
unidade de socorro, onde morreu. Segundo a veterinária que o atendeu disse à
investigação, Manchinha, como o bicho era conhecido, entrou em óbito em
decorrência de hemorragia.
Por meio de nota enviada na noite desta sexta-feira
(7) ao G1, a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP)
informou que o segurança do supermercado, que não teve o nome divulgado,
“declarou em seu depoimento que acertou o cão com a barra de alumínio de forma
não-intencional no estacionamento da loja.”
Ainda, segundo a pasta da Segurança, o segurança do
Carrefour “teria usado a barra para bater no chão com objetivo de afugentar o
cão e só percebeu que tinha acertado o animal quando este voltou à loja já
sangrando.”
O segurança ainda declarou à investigação que só
foi retirar o animal do local após ordens de cima. “Segundo ele, o animal
rosnou ao ser retirado da área interna da loja pelo funcionário, que alegou ter
feito isso a pedido de seus superiores”.
O caso Manchinha repercutiu nas redes sociais. A
Delegacia de Polícia de Investigações Sobre o Meio Ambiente investiga o que
pode ter causado a morte do bicho e as eventuais responsabilidades por ela.
Entre as prováveis hipótese estão: um corte na pata
traseira do cachorro causado pela barra usada pelo segurança; um enforcador
usado por um funcionário da prefeitura para laçar o pescoço do bicho,
asfixiando-o, ou ainda se ele foi envenenado ou atropelado.
Polícia analisa câmeras para saber se cão sofreu maus tratos na Grande SP
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Abuso
O segurança está em liberdade e deverá responder
futuramente por abuso a animais, que está previsto no artigo 32 da Lei número
9.605/98 de Crimes Ambientais. São enquadrados nesse artigo da lei quem fere ou
mutila animais domésticos, silvestres, nativos ou exóticos. Se condenado, o
agressor pode receber pena de detenção de três meses a um ano, além de multa.
Em tese, o segurança do Carrefour poderá ser
indiciado, isto é, responsabilizado formalmente pelo crime. O G1 não conseguiu
localizar a defesa do investigado para comentar o assunto.
“A Delegacia de Investigações sobre o Meio Ambiente
deve concluir o inquérito na próxima semana, após oitiva de mais três
testemunhas, e encaminhar ao poder judiciário”, informa outro trecho da nota da
Segurança Pública. Mais de 20 pessoas já foram ouvidas.
Por conta da repercussão do caso, a delegada Silvia
Fagundes não está dando mais entrevistas sob a alegação de que isso pode
atrapalhar a investigação.
Foto: André Emateguy/TV Globo
e internet
Fonte: G 1
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