A morte de um cachorro após ser espancado por um
segurança, no estacionamento do hipermercado Carrefour em Osasco, em São Paulo,
causou grande repercussão nacional. O caso do cão Manchinha levantou a
discussão sobre a necessidade de conscientizar a população e punir com mais
rigor os crimes contra animais. Em Apucarana, cerca de 20 cães e gatos em
situação de abuso e maus-tratos são resgatados por mês pela Sociedade Protetora
dos Animais de Apucarana (Soprap), o equivalente a 240 por ano.
O gestor do Canil Municipal, Luan Rafael Silva
Santos, conta que os animais são resgatados nas mais diversas situações. Na
maior parte dos casos, estão desnutridos e com vários ferimentos em virtude das
péssimas condições aos quais eram submetidos. Na semana passada, ele resgatou
um cão que estava amarrado sem água e comida em um sítio na região de
Apucarana. O cão chegou a perder uma orelha que estava tomada por “bicheira”,
causada por moscas varejeiras.
“Esse tipo de situação choca por tamanha crueldade.
O animal é como a gente, sente medo, dor, fome e sede. Então, temos que nos
colocar no lugar dele”, comenta.
Após o resgate, Santos explica que os animais são
encaminhados ao canil e recebem os cuidados necessários e também acompanhamento
veterinário. Depois de reabilitados, vacinados e castrados, eles vão para
adoção. Contudo, o número de pessoas interessadas em acolher um animal
abandonado é cada vez menor.
“Atualmente, o Canil Municipal abriga 160 cães
adultos e 80 gatos. Fazemos campanhas para incentivar a adoção, temos feirinhas
de posse responsável que ocorrem mensalmente e, mesmo assim, o número de
adoções caiu 70% na cidade”, comenta.Embora o interesse por adoção seja baixo,
o número de animais errantes no município está diminuindo por causa das
castrações.
Segundo Santos, o projeto já atendeu cerca de 2 mil
animais desde a inauguração do centro cirúrgico do canil.Em relação ao episódio
ocorrido no Carrefour em São Paulo, Santos acredita que ainda falta uma melhor
atuação do poder público nesses casos no sentido de criar programas para
solucionar o problema.
“Quando participo de congressos em outras cidades,
percebo que Apucarana está à frente. Tem cidades que não tem sequer um projeto
de castração ou um canil. Obviamente que as pessoas estão mais sensibilizadas
com a causa animal, mas ainda há muito o que fazer”, analisa.
Dedicação à causa na
cidade
A psicóloga Marcele Ravar, voluntária da Sociedade
Protetora dos Animais de Apucarana (Soprap), já tem 12 animais em casa. Mas
isso não a impediu de acolher a cadela Lilly, resgatada no fim de novembro em
situação de maus-tratos. Lilly foi encontrada totalmente debilitada, com
bicheira, broncopneumonia e anemia grave. Além disso ela tem um ferimento grave
no olho e corre o risco de perde-lo.
“Acho que falta mais amor, falta se colocar no
lugar do próximo para ter mais compaixão pelos animais, porque eles precisam da
gente. Também é uma vida”, comenta.
Atualmente, Marcele possui dois animais que foram
resgatados e estão com ela temporariamente até se recuperarem. Além de Lilly,
ela cuida do Estopa. O cão ficou 47 dias internado e passou por quatro
cirurgias após ter as costelas quebradas e o pulmão perfurado. Ele teve ainda a
perna amputada
Os casos de maus-tratos podem ser denunciados em
Apucarana pelo telefone 9 9686-3680 ou diretamente na Polícia Civil.
Fotos Delair Garcia)
Por Cindy Santos
Fonte: TN Online
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