Por Julia Cortezia,
ANDA
Mais de mil cachorros que serviram ao
exército da Inglaterra foram mortos desde o início da Guerra do Afeganistão.
O Exército Britânico explora centenas
de cães altamente treinados para tarefas como farejar bombas ou rastrear
insurgentes.
Quando o serviço termina, eles são
“destreinados” e realocados entre civis ou manipuladores, entretanto, muitos
deles também são considerados perigosos e acabam sendo sacrificados. Entre 2002
e 2017, 1042 cães foram assassinados.
Um documento militar afirmou que cães
considerados inaptos para o serviço por velhice, quando atingem ou estão acima
dos oito anos de idade, ou possuem desgaste e “não são mais capazes de cumprir
suas obrigações com o padrão exigido” são assassinados.
Um tratador de cães disse ao jornal
que os cães não são tratados compassivamente após o serviço e são vistos apenas
como um “recurso”.
Paul Farthing, um ex-fuzileiro naval
real que dirige uma instituição de caridade para cães, Nowzad, descreveu os
números como “absolutamente horríveis”.
Ele disse ao Daily Star Sunday:
“Qualquer cão que trabalhasse para as forças armadas britânicas para salvar
vidas nos vários conflitos ao redor do mundo, onde serviram ao lado de um
soldado, deveria ter todas as oportunidades para garantir uma aposentadoria
decente”.
“Eles não tinham escolha a não ser
estar lá e proteger nossos soldados. O mínimo que podemos fazer é estar lá para
eles”.
No ano passado, o secretário da
Defesa interveio para impedir que dois cães do Exército que salvaram milhares
de vidas no Afeganistão não fossem mortos.
Gavin Williamson manteve conversações
urgentes com adestradores de cães no Ministério da Defesa após protestos contra
os planos de lhes dar injeções letais.
Eles foram aposentados da linha de
frente há quatro anos e colocados sob os cuidados de treinadores no Centro de
Defesa Animal em Melton Mowbray, Leicestershire.
Os chefes do Exército esperavam que
os cachorros de nove anos fossem realojados.
Após o serviço militar
Pouco menos de 400 cães militares
estão trabalhando atualmente no exército britânico.
Eles são obrigados a realizarem
várias operações, incluindo a detecção de Dispositivos Explosivos Improvisados
(IEDs), procurando rotas e edifícios seguros e tarefas de combate à drogas.
Muitos serviram em conflitos na Irlanda do Norte, Afeganistão, Iraque, Kosovo e
Bósnia.
Quando chegam ao fim de seu serviço,
vão a um grupo de treinadores de cães altamente experientes dentro do Esquadrão
de Treinamento Canino.
O trabalho desses treinadores é
“destreinar” os cães para prepará-los para uma possível ressocialização na
população civil. Para isso, os treinadores usam técnicas para relaxar os cães e
fazê-los entenderem que não precisam mais trabalhar.
Muitos deles acabam sendo realojados
com ex-militares, e muitos também são reintegrados à população civil geral.
Os requisitos para poder realizar a
ressocialização de um cão de trabalho militar são rigorosos, e há uma lista de
espera dos candidatos que desejam oferecer-lhes uma casa.
Se no final do ‘destreino’ os cães
forem considerados demasiado velhos, perigosos, ‘abaixo do padrão’, doentes ou
não aptos, eles são assassinados.
(Fotos: Daily Mail Online)
Fonte: anda.jor.br
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