O Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA) publicou recentemente a Portaria GM nº 1.907, que
aprovava o Parecer nº 4/2018/CTBEA/GAB-GM/MAPA da CTBEA, parecer esse favorável
ao “Manual de Criação e Manejo – Mura – Galo de Combate”. A decisão do MAPA
reforça a exploração animal e vai contra uma antiga decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) que considera as rinhas de galo um crime. Dias depois, no
entanto, o ministério voltou atrás e publicou uma nova portaria, desta vez de
número 1.949, que anulou a portaria nº 1.907.
Para a médica veterinária, membro do
Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Vânia Plaza Nunes, o posicionamento
do MAPA, não só em relação às rinhas de galo, mas também sobre a vaquejada, é
inaceitável.
“O MAPA fez essa publicação de um
tópico que esta absolutamente proibido e condenado, que é a criação ou prática
de usar aves para combate em rinhas, quando na verdade, ao fazer isso, o
ministério está abrindo portas querendo reconhecer que isso exista”, disse
Vânia.
A profissional, que também é ativista
pelos direitos animais, fez críticas à equipe da Comissão Técnica de Bem-Estar
Animal do MAPA. “O que chamou nossa atenção foi o fato de que isso foi
referendado pela Comissão Técnica de Bem-Estar Animal do MAPA. Se a gente
lembrar, essa mesma comissão também referendou um manual da Associação
Brasileira de Vaquejada, reconhecendo que o que eles escreveram estava ótimo do
ponto de vista do bem-estar animal”, contou.
Vânia fez observações sobre a postura
dos técnicos, da qual ela discorda. “Acho que vale várias considerações. A
primeira é questionar, de fato, quem são essas pessoas que compõe a comissão,
que currículo esses técnicos têm para dizer isso, que conhecimento eles têm
sobre bem-estar animal porque o que eles estão alegando vai frontalmente contra
os princípios básicos da ciência do bem-estar animal”, explicou.
A ativista também citou uma diferença
entre a antiga equipe da comissão e os técnicos que hoje atuam no MAPA.
“Existia uma comissão muito competente dentro do MAPA, com técnicos com
formação na área de bem-estar animal. Essa comissão foi subitamente destituída
e a que assumiu imediatamente fez o reconhecimento da normativa em relação à
vaquejada e agora essa das aves combatentes”, concluiu.
(Foto: Reprodução / Metro / Imagem Ilustrativa)
Fonte: anda.jor.br
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