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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Cidade natal de famoso circense dos EUA proíbe animais selvagens em circos



A cidade de Bridgeport, Connecticut, outrora a casa do “The Greatest Showman”, P.T. Barnum, proibiu oficialmente o uso de animais selvagens em circos.
Em uma votação unânime, a Câmara Municipal votou na segunda-feira, 5 de novembro, a proibição de atos de circo com animais selvagens e exóticos. Isso faz de Bridgeport a segunda cidade depois de Stamford a promulgar tal proibição. Indiscutivelmente, a jogada de Bridgeport é mais notável, exatamente por ser a cidade natal de P.T. Barnum, há pouco tempo relembrado no filme “The Greatest Showman (O Grande Showman)”.
Barnum, que já foi prefeito de Bridgeport, foi o primeiro na América a fazer sucesso com um circo itinerante. Ele arrebatava as audiências com animais exóticos que ninguém jamais havia visto antes e depois voltava para casa todo inverno para guardar seus animais na cidade.
Mas, agora temos uma consciência melhor do que um “circo animal” realmente significa para os animais: condições desumanas e maus-tratos, só para fazê-los realizar truques. Nunca foi a coisa certa, e este mês Bridgeport decretou seu basta.
“Como lar de PT Barnum, demos um passo simbólico proclamando que aprendemos com o passado e enfaticamente decidimos avançar de uma forma mais progressiva e compassiva”, declarou o membro da câmara, Kyle Langan, em um comunicado de imprensa da Animal Defenders International (ADI ). “Obrigado à ADI e a todos os defensores que nos apoiaram ao longo do caminho.”
A ADI, que por muito tempo fez campanha por esse movimento, também elogiou a decisão, com os dizeres de Jan Creamer, presidente da organização: “Estamos muito felizes que Bridgeport tenha optado por acompanhar os tempos e proibir o uso de animais selvagens em circos. Esperamos que outros estados sigam sua deixa para proteger os animais e o público em todos os Estados Unidos”.
De uma maneira surpreendente, essa proibição também honra um aspecto menos conhecido do legado do circo de Barnum.
Assim como a relação de Barnum com as pessoas que apareciam em seu circo era complexa (ele empoderava suas chamadas “esquisitices“, as explorava, ou talvez as duas coisas?), ele é muitas vezes difamado como a primeira pessoa a introduzir animais selvagens aos circos. E ele, com certeza, explorou esses animais.
Como atestam relatos históricos, os ursos, cavalos, hipopótamos, elefantes e até baleias beluga que apareceram em seu museu, e mais tarde em seu circo itinerante, foram as principais atrações de alto nível para o público vitoriano. Os animais não recebiam nem de perto o tipo de cuidados que hoje sabemos serem necessários para que vivam suas vidas de forma plena. De fato, as imagens do elefante Jumbo, detonado e trancado em um cercado pouco maior do que ele, sem dúvida arrefecerão os olhos modernos.
No entanto, houve algumas coisas positivas que não anulam as negativas, mas pelo menos significam que algo de bom surgiu disso. O próprio Barnum se importava com os animais em seu circo e respondia às necessidades deles. Ele é conhecido por dizer “eu amo animais demais para prejudicá-los”, e parece que tentou fazer as vidas dos animais o mais toleráveis possível, enquanto ao mesmo tempo os usava no circo. Isso pode não parecer grande coisa, mas vale lembrar que ele não tinha responsabilidade legal em relação àqueles animais, assim como não haviam padrões significativos de bem-estar animal aos quais ele tivesse que aderir. Pequeno conforto, talvez, mas ainda digno de nota.
Como comentário adicional, Barnum também foi considerado dono de amplo conhecimento desses animais numa época em que entender sobre criaturas exóticas como cobras e elefantes era raro. Barnum, com seu talento típico para o dramático, foi capaz de aumentar a consciência geral sobre os próprios animais. Você não pode defender algo sobre o qual não sabe falar, então de forma significativa Barnum deu às pessoas que não se importavam com os direitos dos animais uma maneira de entrar na conversa. E elas entraram.
Mais importante que tudo isso, talvez, tenha sido sua amizade espinhosa com Henry Bergh, um dos primeiros ativistas dos direitos dos animais e fundador da ASPCA, que policiava os espetáculos de Barnum em todas as oportunidades dadas, tanto de maneira figurativa quanto, mais tarde, com oficiais, ativamente.  Relatos dizem que Bergh, temendo pelo garanhão de Barnum (conhecido como Salamander) e os truques de fogo que era forçado a realizar, enviou policiais para uma performance. Barnum prontamente pulou através do fogo ele mesmo, e fez seus outros artistas fazerem o mesmo para provar que o fogo era de fato um truque. No entanto, este discurso inicial dos direitos dos animais criou uma consciência pública em torno dos animais artistas. Barnum não pode receber o crédito por isso, é claro, mas sem dúvida, com seu poder como uma sensação da mídia, ele poderia ter arrasado com a imagem pública de Bergh e o movimento dos direitos dos animais, porém não o fez. Barnum até deixou dinheiro em seu testamento para que uma estátua fosse erguida em homenagem a Bergh, que existe até hoje.
Alguns argumentaram que, se Barnum ainda estivesse vivo, teria sido um dos primeiros a acompanhar os ventos da mudança e da opinião pública e dizer que animais deveriam ser proibidos nas performances de circo. Quer seja verdade ou não, é inegável que a decisão de Bridgeport de proibir animais selvagens e exóticos em seus circos seja um passo importante para um movimento nacional em direção à proibição dessa forma de exploração animal.
Entre em ação!
Já passou da hora da exploração cruel de animais para entretenimento chegar ao fim. Assine a petição no site Care2 hoje para o Congresso proibir o uso de animais em circos!
Por Steve Williams / Tradução de Alda Lima 
Fonte e foto: Care 2


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