Uma tigresa chamada Tora e explorada em
um circo foi vista encolhendo-se apavorada enquanto seu adestrador a chicoteava
repetidamente, de acordo com imagens de uma investigação secreta.
Outro clipe mostra os tigres durante
uma sessão de treinamento. Um deles olha para o treinador e, vendo o chicote em
sua mão, apressa-se de tão aterrorizado.
Essas cenas terríveis parecem ser
frequentes no Tigers ShowMe, uma performance itinerante que abusa de tigres e é
dirigida por Ryan Easley que atua no Carden Circus e no Shrine Circuses de
acordo com a Humane Society dos Estados Unidos (HSUS), que realizou a
investigação.
“Ryan Easley utiliza métodos de
treinamento arcaicos que envolvem o medo, a força e a punição”, declarou Jay
Pratte, especialista em comportamento animal, em comunicado divulgado pela
HSUS.
De acordo com os investigadores,
Easley chicoteou Tora repetidamente depois que ela o desobedeceu.
“Em minha opinião profissional, os tigres do ShowMe Tigers sofrem de negligência psicológica e trauma diariamente”, disse Pratte.
“Em minha opinião profissional, os tigres do ShowMe Tigers sofrem de negligência psicológica e trauma diariamente”, disse Pratte.
A investigação foi divulgada quando o
circo Ringling Bros. e Barnum & Bailey Circus realizou seu último show.
Isso mostra que, embora tenha havido progresso no fim de shows cruéis com
animais, ainda há muito trabalho a ser feito.
“Qualquer pessoa que viva com um gato
doméstico reconhecerá os sinais de estresse e trauma exibidos pelos tigres de
Easley”, disse Lisa Wathne, gerente de vida selvagem em cativeiro da HSUS ao
The Dodo.
“Dói imaginar que tipo de coerção dolorosa
seria necessária para fazer um felino – e muito menos um tigre que pesa
centenas de quilos – a pular sobre as patas traseiras”, acrescentou.
Quando não participam de shows, os
oito tigres explorados pelo ShowMe são mantidos em confinamento quase constante
em suas jaulas de metal, que medem somente quatro pés de largura, quatro de
altura e pouco de seis de comprimento. Os dois tigres machos, cada um pesa mais
de 500 quilos, compartilham uma jaula de transporte.
“Exceto pelos poucos minutos de cada
dia, quando os tigres faziam performances, eles eram mantidos exclusivamente em
jaulas de transporte onde se alimentavam, dormiam, andavam, urinavam e
defecavam nos aproximadamente 13 metros quadrados de espaço disponível para
cada um”, diz o relatório da HSUS.
“Em nenhuma vez, eles tiveram a
chance de se exercitar fora das jaulas. Na verdade, a jaula de exercícios dos
tigres nunca foi descarregada do trailer”, completou.
A investigação secreta ocorreu de 28
de dezembro de 2016 a 18 de janeiro de 2017 e acompanhou Easley na sua sede em
Hugo, Oklahoma. Em seguida, o mostrou na estrada por nove dias conforme ele e
os tigres viajavam com o Carden Circus para cidades em Oklahoma e no Texas.
Tora, que foi chicoteada 31 vezes em
menos de dois minutos, sofria de uma ferida não tratada em seu rosto.
Infelizmente, esta não é a primeira
vez em que ela enfrenta problemas de saúde: há cinco anos, o USDA, a agência
governamental que implementa a Lei de Bem-Estar Animal, acusou Easley por não
tratar uma ferida aberta na caixa torácica de Tora.
“Os tigres se encolheram, gemeram de
angústia e achataram as orelhas em uma resposta amedrontada por serem
chicoteados e atingidos com uma vara, um comportamento típico de tigres
traumatizados e abusados. A mera presença dessas ferramentas durante as
apresentações evocou sinais clássicos de medo e estresse comportamental”,
escreveu a HSUS em seu relatório.
Quando não são forçados a suportar as
árduas sessões de adestramento, os tigres andam gemendo pelas minúsculas
jaulas. Na sede, em Hugo, os tigres tentaram se manter aquecidos, com apenas
uma polegada de roupa de cama, durante temperaturas congelantes.
Durante cinco dos 22 dias da
investigação, não receberam nada para comer. A HSUS relatou as descobertas para
o USDA, exigindo que a agência investigue o caso.
“Embora seja verdade que Ringling
está saindo do negócio, outros circos ainda operam e usam métodos desumanos
para lidar com animais selvagens”, disse Wayne Pacelle, presidente e CEO da
HSUS, em um comunicado.
“Não há nenhuma razão para espancar
tigres ou outros animais selvagens para essas performances sem sentido. Todos
os circos devem acabar com shows de animais”, concluiu.
Fonte: anda.jor.br Foto: HSUS
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