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sexta-feira, 26 de maio de 2017

Flagrante: macaca se autoflagela por causa do sofrimento vivido em circo


Morando em um “santuário” de macacos dentro de um parque nacional, a vida da macaca Queenie deveria ser livre de sofrimento.
Porém, na realidade, ela é mantida em uma coleira, forçada a trajar um vestido rosa e a realizar acrobacias em um circo. Um grupo de proteção animal divulgou fotos e imagens para mostrar o tratamento horrível dos animais no estabelecimento, localizado dentro da Biosphere Reserve in Vietnam, no Vietnã.
A filmagem, divulgada pelo Asian Asia, com sede em Hong Kong, mostra macacos sendo forçados por um instrutor a andar de bicicleta, se equilibrar em uma vida e puxar pequenos riquixás.
Em uma parte do vídeo, Queenie é vista mordendo o próprio pé, um comportamento que indica medo e ansiedade, de acordo com especialistas em animais. David Neale, diretor da Animals Asia, disse que ficou tão chocado quando viu Queenie na Can Gio, uma reserva credenciada pela UNESCO.

O grupo denunciou o local para a UNESCO que alegou à reportagem do Daily Mail que uma agência responsável tem analisado o caso e irá garantir que ações sejam tomadas.
“Depois de 10 anos vendo animais serem abusados, nunca vi um animal tão apavorado como ela estava. Cada investigação de circo tem um impacto sobre mim, mas ver Queenie reagir desta forma foi a pior experiência que eu já tive enquanto observava um animal sendo forçado a participar de um truque em um circo”, disse Neale.
“A imagem de seu rosto aterrorizado olhando para os treinadores de animais, implorando para que eles simplesmente a deixassem em paz nunca saíra de minha mente”, adicionou.
Neale, um ativista pelos direitos animais, contou que ele e seus colegas realizaram uma investigação no Can Gio. Eles ouviram denúncias sobre crueldade animal em um circo dentro do parque. A equipe disfarçou-se de turista para entrar no local e fez os vídeos. Havia cerca de 30 macacos no circo, incluindo Queenie, quando chegaram, segundo Neale.
O inglês de 44 anos disse que Queenie estava inicialmente sentada na parte de trás da arena do circo. Quando os instrutores se aproximaram dela, ela mostrou “sinais óbvios de medo e estresse”, enquanto mostrava os dentes por medo do que estava prestes a lhe acontecer.
Ele disse ter visto a macaca, que tinha feridas visíveis, mordendo o próprio pé – um sinal claro do seu medo.
Heather Bacon, especialista em zoologia da Universidade de Edimburgo, concorda com a interpretação do comportamento de Queenie.
“Está bem documentado na literatura científica que os primatas, como macacos, exibem comportamento autodirigido quando estão estressados ou ansiosos. Estes comportamentos podem evoluir para uma automutilação, que é certamente anormal. As mordidas de Queenie em seu pé se encaixam na sensação de medo ou ansiedade”, aponta.
Além de Queenie, outros macacos no circo também foram sujeitos a abusos, denuncia Neale. Ele contou que, quando qualquer um dos macacos não queria realizar acrobacias, os adestradores os ameaçavam com varetas. Os macacos foram forçados a realizar truques como saltar sobre obstáculos e fazer abdominais.
Nenhum deles tinha nome. Os pesquisadores também não sabem a idade ou gênero de Queenie, que recebeu esse apelido pela Animals Ausia para sensibilizar o público sobre a exploração animal.
Neale acredita que Queenie é idosa e do sexo feminino por causa da roupa que vestia.
“Se Queenie pudesse falar, acho que ela simplesmente pediria a alguém para tirá-la do barulho da multidão e da música alta, remover o vestido ridículo que é forçada a usar e permitir que ficasse sozinha”, declarou.
Embora o parque seja mundialmente famoso, parece haver pouca informação sobre o circo que explora animais. Um dos poucos guias de viagem que tem escrito sobre o lugar é o Lonely Planet.
Em seu site, a Monkey Island é descrito como “a parte mais interessante e acessível” da floresta de mangue e também um local em que os animais são maltratados.
“É difícil suportar as condições cruéis em que as estrelas do circo animal da ilha (incluindo ursos e macacos) são mantidas”, diz o Lonely Planet.
Haivenu, uma agência de viagens com escritórios em Hanói e Ho Chi Minh City, declarou que o circo dentro de Gio veste os animais e os tratá como crianças. Os shows são conhecidos por ser “muito popr  ulares” entre visitantes asiáticos.
Em resposta à Animals Asia, o escritório da UNESCO em Hanói condenou o uso de animais em circos, chamando a prática de “violação da bioética e da eco ética”.
Neale afirmou que o circo ainda estava funcionando quando seu colega visitou o parque há cerca de três semanas.

Fonte: anda.jor.br  ( Fotos: Animals Asia )

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