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terça-feira, 16 de maio de 2017

Chega de abusos : Motocicletas ajudam a por fim a exploração de cavalos, jegues e jumentos


Com o aumento da renda nos últimos anos, muitos trabalhadores rurais brasileiros colocaram motocicletas para por fim a exploração de cavalos, jegues e jumentos. O resultado desse fenômeno é que milhares desses animais acabam em situação de abandono. No Ceará, por exemplo, mais de 10 mil animais abandonados que vagavam pelas estradas do Estado foram resgatados desde 2012, segundo dados do Detran local.
Adquirir uma moto não implica necessariamente que o animal deixou de ser útil. Se no Nordeste a prática do abandono é generalizada, encontramos gente que usa uma saída mais correta com os animais: torná-los animais domésticos.

Vale lembrar que abandonar um animal é crime ambiental de maus-tratos (Lei Federal 9605/98), com pena de três meses a um ano de prisão mais multa.
Agilidade
Trocar o cavalo por moto foi o que Leonardo Pinheiro Neto, ferrador de cavalos do interior de São Paulo, fez: ele usava uma carroça para se deslocar entre haras, fazendas e sítios há alguns anos, e muitas vezes tinha de colocar ferradura em seu próprio animal para chegar ao destino, perdendo bastante tempo.
Então, decidiu comprar uma Honda 150 NX Bros. Nela, carrega todas as ferramentas e até uma bigorna de 50 quilos na rabeta, para manter boa distribuição de peso ao longo das jornadas.
Custo menor
“A moto é mais ágil e barata de manter. Se antes eu gastava R$ 1.200 por ano só para selar o cavalo, agora gasto R$ 400 para comprar pneus”, afirmou Pinheiro Neto. “Isso sem computar ração, veterinário etc. Claro que a moto tem custos de manutenção, mas não é algo diário como é com o cavalo”, explicou. A solução para não abandonar o velho companheiro foi mantê-lo como animal doméstico.
Jardineiro em Atibaia (SP), Margarido Siqueira seguiu a mesma linha. Aos 72 anos e desde os cinco cuidando de cavalos, ele trocou um grupo que chegou a ter 12 animais por uma XL 125. Hoje tutela apenas uma égua. “Nem monto mais nela. Afinal, minha moto não precisa de ração, né?”, brincou.
Talvez esta seja a saída para manter o negócio e não largar à própria sorte animais que por anos ajudaram a sustentar muitas famílias que vivem no campo.

Fonte: UOL   ( foto: divulgação ) 

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