Após 18
dias desaparecido, o cão “Orelha” foi encontrado na manhã desta quinta-feira
(25) em uma faculdade particular no Bairro Gávea, em Uberlândia. O cachorro sem
raça definida, que vivia no campus Umuarama da Universidade Federal de
Uberlândia (UFU) sumiu no último dia 12. Na ocasião, o vigilante de uma empresa
terceirizada, que presta serviço para a UFU, confessou ao G1 e ao MPMG que
deixou o animal no Bairro Seringueira e que foi pago por outra pessoa para
realizar o serviço.
Segundo a
estudante da UFU, Ana Clara França, todos os dias ela saía junto com a
professora da universidade, Ana Boneti, para procurar o cão em lugares que ele
tinha sido visto. “Entramos nessa faculdade e fui até à lanchonete grudar
alguns cartazes, quando ouvi a professora me gritar de longe no pátio com o
Orelha no colo”, contou a Ana.
Ana disse
que o cachorro atendeu o chamado do nome que lhe foi dado e que também foi
reconhecido pelos machucados, agora já cicatrizados, que ele tinha quando vivia
na UFU. “Nós que cuidávamos dele lá, dávamos comida, água e carinho.
Reconheceria ele em qualquer lugar do mundo”, disse.
A
estudante levou o cachorro para casa e realizou os primeiros cuidados. Ana
comentou que agora o “Orelha” será adotado por ela e pela professora. “Ele está
bem. Nós agora queremos saber o que vai acontecer com os culpados”,
acrescentou.
O G1
entrou em contato com o promotor Breno Lintz, que abriu um procedimento no
Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para apurar o caso para saber como
está o andamento da situação, porém as ligações não foram atendidas.
Orelha desaparecido
Um grupo
de estudantes da UFU procurou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), no
dia 12 de maio, relatando o desaparecimento do cão que vivia no campus
Umuarama. De acordo com o promotor Breno Lintz, o cachorro que atendia pelo
nome de “Orelha” morava próximo ao prédio da biblioteca da universidade e era
alimentado por estudantes e funcionários.
Na
ocasião, o vigilante de uma empresa terceirizada que presta serviço para a UFU,
confessou ao G1 e ao MPMG que deixou o cão no Bairro Seringueira e que foi pago
por outra pessoa para realizar o serviço. “Algumas pessoas reclamavam que ele
latia muito e que algumas vezes atrapalhava. Não fiz por mal e não quero mais
envolver ninguém nisso. Eu deixei o cão no Bairro Seringueira e agora estou
atrás dele 24 horas por dia. Estou assustado e com medo de perder o emprego”,
relatou o homem na época, que preferiu não se identificar.
Breno
Lintz também disse que notificou a empresa em que ele trabalha e que notificaria
a UFU. “Representantes da empresa terceirizada serão ouvidos no dia 29 de maio.
Eles não ofereceram treinamento para o colaborador. E ainda irei notificar a
UFU, pois a meu ver eles também são responsáveis pelo ocorrido, pois mantêm o
campus aberto quando na verdade deveriam fechar o local como recomenda o
Ministério da Educação (MEC)”, explicou.
A
reportagem tentou contato no dia 19 de maio por telefone com o vigilante, mas
as ligações não foram atendidas. O G1 também voltou a falar com a UFU, que
informou que só se pronunciaria sobre a notificação após ser acionada pelo
MPMG.
Já a
empresa responsável pela vigilância da universidade, TBI Segurança, disse em
nota que só teria acesso ao conteúdo da denúncia e do resultado das apurações
da Promotoria de Crimes Ambientais no dia 29 e maio e que só depois de conhecer
os fatos se pronunciaria sobre o ocorrido, adotando as providências adequadas à
situação.
Por Karla
Pereira
Fonte: G1 ( foto: Ana
Clara/ arquivo pessoal )
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