segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Corregedoria da PM/AL investiga major que atirou em cão
A Corregedoria da Polícia Militar (PM) abriu um procedimento administrativo, na manhã desta segunda-feira (19), para apurar a atitude do major que atirou na cabeça de um cachorro na semana passada, no bairro do Poço, em Maceió. A denúncia partiu de uma manicure, dona do animal, e a ação foi vista como ato de violência por entidades que cuidam do bem-estar de animais carentes.
De acordo com o capitão PM Lúcio, da Corregedoria, as investigações iniciam hoje, mesmo sem a dona do animal ter protocolado denúncia junto à Ouvidoria do setor. O militar afirma que é uma medida comum da corporação. “Vamos apurar as circunstâncias do fato, mas não podemos adiantar nada. Ao final de quinze dias, o procedimento será concluído”. Um oficial foi designado para comandar os trabalhos.
A manicure Lídia Pereira da Silva procurou a Gazetaweb, nesse fim de semana, para denunciar que presenciou o vizinho dela atirando na cabeça do animal. Ainda muito nervosa ao narrar a cena, ela diz que estava com o cachorro e, no momento em que ele fazia necessidades fisiológicas, o cão do vizinho se aproximou e os dois animais se enroscaram em uma briga. O dono não gostou, teria entrado em casa, pego a arma e disparado contra o focinho do bicho de estimação da manicure.
Já o militar se defendeu das acusações, alegando que o cachorro da vizinha atacou seu animal e, para salvá-lo, efetuou o disparo. Ele diz que tentou socorrer o cão da vizinha, mas ele saiu correndo, ensanguentado. O major disse que já entrou em contato com a clínica veterinária e irá arcar com todas as despesas.
'Violência'
A cena também provocou reação em entidades que acolhem animais de rua. Para a assessora do Núcleo de Educação Ambiental Francisco de Assis (Neafa), Deisy Nascimento, está mais do que provado que a atitude do major foi uma ação “violenta e truculenta”.
“Para variar, a gente acha um absurdo, porque nada justifica a atitude do major, já que ele poderia ter separado os animais de alguma forma, mas preferiu pegar uma arma e atirar em um ser indefeso. Portanto, pedimos à Justiça que ele, pelo menos, pague com prestações alternativas, porque a punição de três meses a um ano de detenção não vai ocorrer, não é mesmo? A lei é muito branda”, expôs Deisy.
A representante do Neafa também citou que a entidade não vai “tomar partido” em defesa do animal porque, no momento, cuida dos seus, que foram envenenados no final do ano passado. De 30 cães, 12 não resistiram e morreram na sede do Núcleo. “Nesta quarta, o promotor Flávio Gomes vem aqui, para conhecer as instalações e dar prosseguimento ao processo investigativo. A delegada responsável já veio, colheu depoimentos e levou filmagens de uma câmera instalada na unidade”, reforçou Deisy.
A coordenadora do Projeto Acolher, Naíne Teles, também espera que o caso chegue ao Poder Judiciário e que este aplique as devidas medidas punitivas. “Foi uma violência, nada justifica, mas cabe à Justiça decidir. O major veio me procurar, explicando a situação, e disse que pagou parte do tratamento na clínica que cuida dos animais levados por membros do projeto”, comentou a coordenadora.
O animal foi operado para a retirada da mandíbula, medicado e está em observação médica. No momento, o estado de saúde dele é grave, porém, estável.
Fonte: gazetaweb.com ( foto: divulgação )
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