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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Copa do mundo: cuidado com o cão torcedor


Copa do Mundo: cuidados com o cão torcedor

O maior evento esportivo mundial, a Copa do Mundo, já começou, e apesar da seleção jogar apenas na terça-feira, 15 de junho, os brasileiros estão preparados: vestem verde-amarelo dos pés a cabeça, marcam de assistir aos jogos reunidos, enfeitam as ruas e preparam seu “arsenal” para fazer muito barulho, desta vez, com as vuvuzelas – as já famosas cornetas africanas - . E, é claro que seu bichinho de estimação também vai participar dessa animação toda. Mas será que ele está preparado?
Os cachorros, por exemplo, têm uma maior sensibilidade auditiva que os humanos, então, todo o barulho que fizermos será ainda mais prejudicial para eles. O animal, que foi condicionado a ter medo de sons altos, entende o barulho como algo fora da rotina e apresentará algumas alterações de comportamento. Por isso, os donos devem ficar atentos nessa fase de festas, pois os bichinhos podem se assustar e o medo pode acarretar uma série de traumas, tanto psicológicos quanto físicos.
Os ruídos que costumam causar mais pânico são rojões e fogos de artifício, muito comuns nesse período do ano. Outros sons como o de apitos e cornetas também podem incomodar nossos amigos peludos.
Para evitar traumas e estresse desnecessário aos bichinhos, o especialista em comportamento animal Daniel Svevo, da organização Cão Cidadão, orienta que “caso seu animal tenha medo das explosões decorridas de fogos de artifício pode-se adotar algumas medidas para tentar minimizar o desconforto, como por exemplo, deixá-lo em um quarto que isole, de alguma maneira, os barulhos das explosões”. Utilizar um rádio ou uma TV ligada para abafar o som dos fogos também são boas alternativas.
O médico veterinário Aldo Macellaro Jr, responsável pelo Clube de Cãompo – Hotel Fazenda para cães localizado no interior de São Paulo, concorda com o colega. Ele explica que nesses casos, a melhor opção é manter o animal afastado da bagunça. “Uma solução, principalmente para quem tem em casa um animal com fobia a barulhos, é afastar completamente o bicho, deixando-o em locais protegidos. No Clube de Cãompo, por exemplo, recebemos muitos animais nesse período, assim como na passagem do ano”. Ele explica que como não há vizinhança por perto, o cachorro fica afastado dos fatores de estresse.
Para evitar que seu bichinho fique assustado com os fogos, cornetas e cia, Daniel aconselha acostumá-lo com o barulho desde cedo. “Devemos promover uma atividade prazerosa com o cão, como brincadeiras, e gradualmente, expô-lo a estímulos barulhentos”. O especialista explica que é importante apresentar aos poucos determinados sons durante essas atividades, contanto que não assuste o cão. “Para tanto, aumentamos o volume dos estímulos, de maneira que o animal não se incomode”.
Aldo concorda com Daniel e explica que, “nas primeiras vezes em que o pet apresentar sinais de medo, tente associar o barulho a algo positivo, oferecendo a ele o brinquedo preferido ou algum petisco”. O especialista lembra, no entanto, que a medida não vai surtir efeito em animais que têm fobia. “Para esses é necessário um treinamento para que ele seja condicionado a ouvir o barulho e não fazer associação ao perigo. É um trabalho que deve ser feito de forma gradual”.
Quando seu pet sente medo, é melhor não amedrontá-lo ainda mais, então, a postura do dono deve ser de segurança e não de fragilidade diante da situação. “Normalmente, as pessoas fazem carinho e tentam acalmar o animal, mas por incrível que pareça, isso acaba reforçando, na cabeça do bicho, que aquela é uma situação perigosa e que ele deve sentir medo”, explica Daniel. Ele orienta ainda que “é preciso agir ignorando o medo do animal, mostrando-se confiante naquela situação para passar uma impressão de que aquilo não nos assusta e que não deverá assustá-lo também”, completa o consultor do Cão Cidadão.
Caso o seu bichinho resolva se esconder da barulheira das comemorações, é melhor respeitar esse momento do animal. “Se o cão optar por se esconder em algum lugar da casa, podemos deixar, pois, certamente, ele se sentirá mais seguro no espaço que escolher”, finaliza Daniel.
Vale lembrar também que em alguns animais cardíacos, por exemplo, o caso pode se agravar. “Nos epiléticos, as situações de estresse podem ocasionar convulsões graves”, explica o Dr. Mário Marcondes, diretor clínico do Hospital Veterinário Sena Madureira, em São Paulo. Ele explica que o hospital recebe um número maior de cardiopatas descompensados e animais com convulsões nesta época do ano devido ao estresse e pânico perante os fogos de artifício.
Para finalizar, durante as comemorações da Copa, nada de esquecer de dar uma atenção especial ao seu animalzinho. Afinal, a torcida vai ficar ainda mais completa na companhia do seu pet.
Fonte: UOL.com.br

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