Cachorros com leishmaniose começaram
a ser recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Arapiraca,
em Alagoas. O município não realiza o tratamento dos animais, mesmo havendo
medicamento indicado para tratar a doença, e opta pelo sacrifício.
Arapiraca é uma das cidades que têm
mais ocorrências de leishmaniose. O estado de Alagoas registrou um aumento de
30% de contaminações pela doença neste ano. As informações são do portal G1.
Foto: Reprodução/TV Gazeta/ Alagoas)
Dentre os animais recolhidos pelo CCZ
está Yoko, como é chamado o cão tutelado por Jaílza Gomes. “A gente gosta
dos animais, mas fazer o quê, né? Se ele está doente, tem que prevenir”,
lamentou a dona de casa. Outras famílias, no entanto, não permitiram que a
equipe do CCZ levasse os animais.
De acordo com o médico veterinário
Félix Carolino, os cachorros são sacrificados após o resultado positivo para
leishmaniose ser confirmado em um exame feito por um laboratório em Maceió.
“Nós do CCZ trabalhamos com dois
tipos de exames. Dois tipos de exames, o teste rápido que é feito a campo.
Dando positivo, a gente faz uma contraprova através da sorologia. Se ele der
positivo, a determinação do Ministério da Saúde é o sacrifício dos animais com
leishmaniose”, disse o profissional.
Apesar do procedimento de morte
induzida ser o indicado pelo Ministério da Saúde, o órgão, junto com o
ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento autorizou o registro do
medicamento Milteforan, da empresa Virbac, atestando a eficácia do remédio no
tratamento da leishmaniose. A recomendação de sacrifício é, portanto, uma
prática controversa e cruel, já que há condições do animal ter qualidade de
vida, sem risco de infectar humano e outros animais, através do tratamento, que
também é liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Recentemente, uma decisão
judicial concedeu a uma mulher o direito a adotar um cão com leishmaniose
que seria sacrificado pelo Centro de Controle de Zoonoses de Brasília, no
Distrito Federal. A nova tutora de Bruce, a secretária Ana Cláudia Magni,
mantém outro cão contaminado pela doença, que passa por acompanhamento
veterinário, recebe medicação e tem uma vida normal, da mesma forma que terá o
mais novo resgatado de Ana, que foi salvo de ser morto. O caso dos cães
adotados pela secretária é apenas um em meio a tantos que, assim como afirmou o
advogado Jose da Silva Moura Neto, responsável pela ação que conseguiu a tutela
de Bruce, “serve para refletir sobre a morte de animais com leishmaniose em
todo o país”.
Fonte: anda.jor.br
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