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sexta-feira, 13 de julho de 2018

EVENTOS CRUÉIS Retrocesso: Ministério do Esporte destina mais de R$ 1 milhão para bancar 12 rodeios


O Ministério do Esporte firmou 12 convênios com municípios do interior do estado de São Paulo para destinar R$ 100 mil para cada um, com exceção de uma única cidade, que receberá R$ 50 mil a mais, para bancar 12 rodeios. No total, será liberada a quantia de R$ 1,25 milhão.
A destinação dos recursos é um retrocesso não só por financiar eventos pautados na exploração e na crueldade animal, mas também pelo fato dos valores serem liberados pelo Ministério do Esporte, o que demonstra que, de forma equivocada, o Poder Público considera como práticas esportivas as atividades extremamente cruéis promovidas pelos rodeios.

Foto: Shark)
Conforme explicou a juíza Fernanda Orsomarzo, “‘esporte’ em que um dos envolvidos não optou por competir não é ‘esporte’. É covardia”.
“A instrumentalização dos animais é verificada, dentre outras situações, na indústria do entretenimento, como circos, rodeios, zoológicos, etc. Sob o pretexto da diversão e da cultura, o homem, autointitulado “ser racional”, impõe aos demais seres toda sorte de humilhação, penúria e dor”, afirmou a magistrada. “‘Cultura’ que subjuga e instrumentaliza vidas, camuflando os mais escusos interesses financeiros, não é ‘cultura’. É tortura. ‘Diversão’ que explora o sofrimento de seres que não têm condições de defesa não é ‘diversão’. É sadismo”, completou.
O Ministério do Esporte alega que os convênios foram firmados a partir de emendas parlamentares, cuja execução orçamentária é obrigatória, mas não informou, quando questionado, quais deputados foram responsáveis pela destinação das emendas. No portal da transparência do Governo Federal também não há informações sobre os convênios.
As emendas parlamentares são formas de destinar parte das cotas dos deputados para objetos específicos. Sendo assim, a verba destinada aos rodeios não teria saído do orçamento regular do Ministério do Esporte, mas de valores extras destinados por congressistas.
A decisão de bancar rodeios, ignorando toda a crueldade envolvida nesses eventos, não é, no entanto, algo novo. No ano passado, o Ministério dos Esportes liberou recursos para a realização de um rodeio no município de Bernardino de Campos, no interior de São Paulo.
Os convênios serão destinados às cidades de Taguaí, Florínea, Morungaba, Paranapanema, Queiroz, Presidente Alves, São Pedro do Turvo, Marília, Sarutaiá, Anhembi, Quintana e Taciba. Todas elas irão receber R$ 100 mil, com exceção de Sarutaiá, que receberá R$ 150 mil.
Não foram informadas as datas de realização dos rodeios, a única informação existente neste sentindo é de que a verba destinada ao rodeio de Paranapanema será utilizada em 2019, já que a festa do peão deste ano já foi realizada pelo município.
O blog Olhar Olímpico, do UOL, que divulgou a notícia sobre os convênios destinados aos rodeios, afirmou ter chamado a atenção “o fato de que em todos os convênios as empresas vencedoras das tomadas de preço (avaliação de três orçamentos) sempre terem ofertado pouco mais de R$ 100 mil (o excedente é arcado pelas prefeituras, como contrapartidas), nunca abaixo disso. Já as derrotadas, mesmo sabendo que o convênio seria de R$ 100 mil, terem sempre pedido valores que não se encaixam no orçamento”.
Fonte: anda.jor.br

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