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sexta-feira, 13 de julho de 2018

EDUCANDO PARA CRUELDADE : Pais postam fotos dos filhos ao lado de cadáveres de leões, ursos e veados


Por Eliane Arakaki, ANDA

| Fotos: Instagram
Fotografias postadas online por pais orgulhosos que mostram crianças ao lado de cadáveres de animais selvagens, tem provocado indignação nas mídias sociais.

Nas fotos aparecem crianças posando ao lado de leões, ursos e veados mortos pela caça, muitas vezes pelas próprias crianças, e o mais assustador é que as legendas que acompanham as fotografias demonstram orgulho e incentivo às atitudes de extermínio aos animais.

No mesmo dia em que a foto da caça às girafas de Tess Thompson Talley estourou, Jaco van Vuuren Safaris, na África do Sul, compartilhou uma foto do que pareciam ser pai e filho do Tajiquistão, ao lado de um leão assassinado por eles: “Parabéns por caçar esse animal majestoso”, escreveu o safari.

O caçador do Alasca Kyle Virgin também compartilhou uma foto no início desta semana de sua filha Aubrey em seu primeiro assassinato de ursos pardos.
“Eu desprezo o pensamento de que as crianças são jovens demais para caçar”, disse ele.

“Há pessoas dizendo que de jeito nenhum uma menina de nove anos poderia ter matado esse urso. Continuem assistindo, nós apenas começamos.”

Também nesta semana, Lee Murray, de Queenstown, Nova Zelândia, compartilhou uma foto de garoto com uma arma de brinquedo ao lado da cabeça decapitada de um cervo, dizendo: “A caça, está em nosso sangue. Zeb, sua pequena lenda”.

Outra imagem que circula pelas redes sociais mostra um menino olhando para um tablet, encostado no cadáver de uma leoa morta.
Um caçador chamado Ryan, o Buda de Wisonsin, compartilhou orgulhoso uma foto da família tirada na entrada da casa dele com sua esposa e duas meninas ao lado de um leão da montanha empalhado.
“As garotas disseram que queriam outro gato”, ele escreveu na legenda da foto.
O que as crianças nas fotos não sabem, porque os pais não as ensinaram, é que aquele animal morto aos pés deles amou, sofreu, sentiu, como cada uma delas, e quando essas crianças pegam em armas para lhes tirar a vida, estão fazendo isso a um semelhante, em um corpo diferente.
Uma geração que cresce acreditando que dispor da vida de outro ser não só é permitido como é motivo de orgulho e recordação, contamina a sociedade, impacta no meio ambiente e causa sofrimento imenso aos animais.
A irresponsabilidade de pais alienados, atinge crianças indefesas que são inoculadas com uma cultura de dominação fracassada e infeliz.
Tess Thompson Talley postou fotos dela mesma ao lado da girafa morta no Facebook depois de uma viagem à África do Sul, um ano atrás. Ela descreveu a viagem como uma “caçada de sonho, única na vida”.
“As orações pela minha caçada dos sonhos, de uma vez só na vida se tornaram realidade hoje! Vi essa rara girafa negra e a persegui por bastante tempo”, postou a mulher de 37 anos junto com as fotos.
“Eu sabia que era única. Era macho e tinha mais de 18 anos, pesava 4.000 libras e fui abençoada por poder extrair 2.000 libras de carne dele.
O animal que ela caçou é referido como girafa negra apenas porque os machos dominantes tendem a mudar de cor à medida que envelhecem. Suas manchas cor de mostarda vão escurecer com o tempo até ficarem pretas.
Talley, que é casada com um caçador, postou várias fotos de si mesma posando em frente ao cadáver da girafa, deitando-se ao lado dela e se apoiando no animal morto enquanto sua cabeça a envolvia.
As fotos nauseantes aparentemente passaram despercebidas até que a agência de notícias Africa Digest as compartilhou na semana passada.
“O selvagem americano branco, que é em parte um neandertal, vem para a África e mata uma rara girafa negra, por cortesia da estupidez da África do Sul”, dizia um tweet da Africa Digest.
“O nome dela é Tess Thompson Talley. Por favor compartilhe”.
A mulher desde então tornou seu perfil no Facebook privado após ser enxovalhada na rede social.
Fonte: anda.jor.br

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