Por Eliane
Arakaki, ANDA
| Fotos: Instagram
Fotografias postadas online por pais
orgulhosos que mostram crianças ao lado de cadáveres de animais selvagens, tem
provocado indignação nas mídias sociais.
Nas fotos aparecem crianças posando
ao lado de leões, ursos e veados mortos pela caça, muitas vezes pelas próprias
crianças, e o mais assustador é que as legendas que acompanham as fotografias
demonstram orgulho e incentivo às atitudes de extermínio aos animais.
No mesmo dia em que a foto da caça às
girafas de Tess Thompson Talley estourou, Jaco van Vuuren Safaris,
na África do Sul, compartilhou uma foto do que pareciam ser pai e filho do
Tajiquistão, ao lado de um leão assassinado por eles: “Parabéns por caçar esse
animal majestoso”, escreveu o safari.
O caçador do Alasca Kyle Virgin
também compartilhou uma foto no início desta semana de sua filha Aubrey em seu
primeiro assassinato de ursos pardos.
“Eu desprezo o pensamento de que as
crianças são jovens demais para caçar”, disse ele.
“Há pessoas dizendo que de jeito
nenhum uma menina de nove anos poderia ter matado esse urso. Continuem
assistindo, nós apenas começamos.”
Também nesta semana, Lee Murray, de
Queenstown, Nova Zelândia, compartilhou uma foto de garoto com uma arma de
brinquedo ao lado da cabeça decapitada de um cervo, dizendo: “A caça, está em
nosso sangue. Zeb, sua pequena lenda”.
Outra imagem que circula pelas redes
sociais mostra um menino olhando para um tablet, encostado no cadáver de uma
leoa morta.
Um caçador chamado Ryan, o Buda de
Wisonsin, compartilhou orgulhoso uma foto da família tirada na entrada da casa
dele com sua esposa e duas meninas ao lado de um leão da montanha empalhado.
“As garotas disseram que queriam
outro gato”, ele escreveu na legenda da foto.
O que as crianças nas fotos não
sabem, porque os pais não as ensinaram, é que aquele animal morto aos pés deles
amou, sofreu, sentiu, como cada uma delas, e quando essas crianças pegam em
armas para lhes tirar a vida, estão fazendo isso a um semelhante, em um corpo
diferente.
Uma geração que cresce acreditando
que dispor da vida de outro ser não só é permitido como é motivo de orgulho e
recordação, contamina a sociedade, impacta no meio ambiente e causa sofrimento
imenso aos animais.
A irresponsabilidade de pais
alienados, atinge crianças indefesas que são inoculadas com uma cultura de
dominação fracassada e infeliz.
Tess Thompson Talley postou fotos
dela mesma ao lado da girafa morta no Facebook depois de uma viagem à África do
Sul, um ano atrás. Ela descreveu a viagem como uma “caçada de sonho, única na
vida”.
“As orações pela minha caçada dos
sonhos, de uma vez só na vida se tornaram realidade hoje! Vi essa rara girafa
negra e a persegui por bastante tempo”, postou a mulher de 37 anos junto com as
fotos.
“Eu sabia que era única. Era macho e
tinha mais de 18 anos, pesava 4.000 libras e fui abençoada por poder extrair
2.000 libras de carne dele.
O animal que ela caçou é referido
como girafa negra apenas porque os machos dominantes tendem a mudar de cor à
medida que envelhecem. Suas manchas cor de mostarda vão escurecer com o tempo
até ficarem pretas.
Talley, que é casada com um caçador,
postou várias fotos de si mesma posando em frente ao cadáver da girafa,
deitando-se ao lado dela e se apoiando no animal morto enquanto sua cabeça a
envolvia.
As fotos nauseantes aparentemente
passaram despercebidas até que a agência de notícias Africa Digest as
compartilhou na semana passada.
“O selvagem americano branco, que é
em parte um neandertal, vem para a África e mata uma rara girafa negra, por
cortesia da estupidez da África do Sul”, dizia um tweet da Africa Digest.
“O nome dela é Tess Thompson Talley.
Por favor compartilhe”.
A mulher desde então tornou seu
perfil no Facebook privado após ser enxovalhada na rede social.
Fonte: anda.jor.br
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