As ações sociais de ONGs que atendem
animais de pessoas em situação de rua e prestam auxílio, também, aos tutores,
foram prejudicadas por uma decisão da Prefeitura de São Paulo, que proibiu que
atendimentos fossem realizados nas ruas da cidade.
(Foto: Reprodução / Instagram / MRSC)
A decisão fez com que uma ação, que
ofereceria serviços para pessoas em situação de rua e para os cães tutelados
por elas no Pateo do Collegio, no centro do município, no dia 27 de maio, fosse
cancelada e que fosse negada, pela Prefeitura Regional Sé, a autorização para
que a ONG Moradores de Rua e Seus Cães (MRSC) oferecesse banho, vacinação,
vermifugação e ração para cachorros e café da manhã e kit de higiene para os
tutores deles, após dois anos e meio de atuação do projeto em São Paulo.
“Informamos que devido a
determinações por parte dos setores de assistência social da prefeitura, não
são mais autorizadas atividades deste tipo em solo público, devendo as mesmas
ocorrerem nos Centros Temporários de Acolhimento (CTAs)”, diz o e-mail enviado
pela Prefeitura Regional Sé à entidade.
Ao receber a notícia, o fotógrafo e
fundador da ONG MRSC, Eduardo Leporo, decidiu se informar melhor sobre o
caso. “Funcionários da prefeitura me disseram que essa é a nova política.
Que o prefeito pediu que se proíba todo mundo de fazer esse serviço em espaço
público. Convidaram a gente para fazer o evento dentro de CTAs, para que essas
pessoas fossem obrigadas a passar pelo abrigo”, afirma Leporo.
Foto: Reprodução / Instagram / MRSC)
Nove abrigos com canis foram
inaugurados em São Paulo nos últimos meses. Isso porque muitas pessoas que
vivem em situação de rua se negam a ir para abrigos que não têm espaço
destinado aos cachorros para não abandonar os fiéis amigos.
Funcionários da Secretaria Municipal
de Assistência e Desenvolvimento Social, que preferiram não ser identificados,
disseram desconhecer a nova norma e discordar dela. As informações são do
portal BuzzFeed News.
Foto: Reprodução / Instagram / MRSC)
A artesã Beatriz Silva, de 25 anos,
18 deles vivendo em situação de rua, discorda da medida. Ela é tutora de
Malhado, um cachorro de 11 anos de idade que ela segurava no colo no momento da
entrevista para acolhê-lo devido ao medo que ele demonstrava sentir do barulho
do escapamento de uma moto.
“É muita ruindade isso. Tem que
deixar ajudar o animal. O animal é melhor que o ser humano”, diz Beatriz.
A Prefeitura Regional Sé não se
posicionou publicamente sobre o caso.
Nota da Redação: a ANDA
repudia a decisão da Prefeitura de São Paulo por ter conhecimento de que não
são todas as pessoas em situação de rua que aceitam viver em abrigos, mesmo que
esses tenham espaços destinados aos cachorros. Sendo assim, a proibição do
atendimento na rua, feita em conjunto com a obrigatoriedade de atender animais
e humanos apenas em abrigos, fará com que muitos cães e tutores, que decidem
não viver em abrigos, sejam prejudicados, o que irá piorar ainda mais a vida
deles, que já é extremamente difícil, gerando mais sofrimento.
Fonte: anda.jor.br
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