Um vídeo enviado às redações
do G1 e da TV TEM mostra um cavalo sendo agredido durante
uma prova do festival de rodeio Abril Fest, realizado em Araçoiaba da Serra
(SP), desde a semana passada.
(O G1 errou
ao informar que as provas de cavalo seriam suspensas. A primeira versão passada
pela organização seria da suspensão, mas a informação foi atualizada que
haveria apenas a troca da empresa responsável pelo rodeio. A informação foi
corrigida às 19h43.)
As imagens foram gravadas por uma
jovem que estava na arena durante a abertura do evento, na última sexta-feira
(20), e publicadas por uma amiga dela nas redes sociais. Em pouco tempo, a
denúncia de maus-tratos viralizou e chegou até os organizadores da festa.
Por meio de nota, a organização
informou que “em razão do triste acontecimento que foi a violência contra o
animal, o rodeio em cavalos será realizado sob a responsabilidade de outra
empresa, pois foi efetuada a rescisão contratual com a empresa anterior. Da
mesma forma, comunica que será proibida a entrada e permanência do agressor ao
local do evento”.
A organização chegou a informar que
as provas com cavalos seriam suspensas, mas isso não chegou a ocorrer.
Flagrante
O vídeo mostra o momento em que o
portão é aberto para o cavalo entrar na arena, mas ele parece se recusar a sair
do cercado.
Um funcionário que estava ao lado
chicoteia, chuta e dá um tapa no animal, até que ele vai para dentro da arena,
montado pelo peão. As imagens foram visualizadas milhares de
vezes. (Confira o vídeo abaixo)
Comissão de Proteção aos Animais
Ao tomar conhecimento do vídeo, a
presidente da Comissão de Proteção aos Animais da OAB Sorocaba, Geórgia Nuño
Racca, disse que vai acionar os organizadores do evento e a Prefeitura de
Araçoiaba da Serra para prestarem esclarecimentos.
“O caso é de maus-tratos, pois o peão
bate com uma corda na face do animal, inclusive, isso é contra as regras de
bem-estar. Se o cavalo refugou, não poderia bater no animal para ele pular.
Além de maus-tratos, se trata de exploração animal”, explica.
De acordo com a advogada, o caso será
levado ao Ministério Público e, além do peão, a empresa organizadora do evento
e a prefeitura também poderão ser responsabilizadas. As penas previstas para o
crime incluem detenção de três meses a um ano e multa.
Empresa terceirizada
Em nota, a Luz Estruturas e
Iluminação, responsável pela realização do festival, esclareceu que contratou
outra empresa para organizar os rodeios com cavalos e touros e que, em função
do ocorrido, decidiu rescindir o contrato.
A organizadora afirmou que o agressor
foi proibido de entrar no local do evento e que vai representar contra a
empresa terceirizada por maus-tratos em animais. Ao todo, foram utilizados 15
cavalos e 20 bois no evento.
A Luz também ressaltou que repudia
qualquer espécie de violência aos animais que participam de rodeios e que “não
é conivente com o mau comportamento do agressor”.
Por Ana Paula Yabiku
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