Uma cadela comunitária que vivia há
10 anos na rodoviária de Maringá morreu. A cadela foi esfaqueada no início de
março e, apesar de ter sido socorrida e internada, não resistiu. Nina, como era
chamada, foi ferida enquanto tentava defender um passageiro de um assalto.
(Foto: João Paulo Santos)
A secretária executiva do Instituto
Olhar Suficiente e tutora oficial da cadela, a resgatou. Os cuidados ofertados
à Nina e as três transfusões de sangue as quais ela foi submetida, entretanto,
não foram capazes de salvá-la.
“Quando chegava bandido aqui, ela ia
para cima, protegia a gente. E, pelo que comentaram, o assaltante esfaqueou
ela. A história foi muito triste. Ela sempre ficava com a gente aqui no ponto
de táxi. Todo mundo tinha um carinho muito grande por ela. É a mascote da
rodoviária”, lamenta o taxista Aparecido Taveira, 53, que há 10 anos trabalha
na rodoviária.
Maria Helena, que se emociona ao
falar de Nina, conta que a cadela sofreu muito após a agressão. “No dia
que ela foi esfaqueada, das 5h até o meio-dia, quando a socorri, ela já tinha
perdido muito sangue. Sem falar que ela já tinha um problema no fígado, e com o
que aconteceu, ela piorou muito. Fizemos de tudo. Tudo o que a medicina
veterinária podia fazer, foi feito”, explica.
A cadela foi adotada quatro vezes,
mas as adoções não deram certo porque Nina não se adaptava às residências para
onde era levada. “Ela ia para as casas e não comia, não bebia água. A
rodoviária era o lugar dela. Nesses dias finais, que ela ficou na minha casa,
foi horrível. Ela sofreu muito. Eu tinha que trazer ela aqui na rodoviária para
ela fazer as necessidades dela e comer, porque ela não fazia”, lembra Maria. As
informações são do portal O Diário.
Para Nina ser considerada uma cadela
comunitária, ela teve que ser castrada, vacinada e registrada pela ONG,
conforme determina a lei estadual nº 17.422. A entidade que a registrou foi a
mesma que a resgatou após a facada. O tratamento de Nina gerou uma dívida em
uma clínica no valor de aproximadamente R$ 4 mil. Para conseguir arrecadar o
valor, a ONG tem vendido brigadeiros na rodoviária e solicitado doações
financeiras, que podem ser feitas diretamente na Clínica Vida Animal, na
Avenida Cerro Azul, em nome de Nina, ou através de transferência bancária. Os
dados para depósito podem ser obtidos por meio de contato com a ONG através da página Animais
Comunitários de Maringá, no Facebook.
“Ela viveu bem e cumpriu a missão
dela. Vou candidatar ela a Mascote do Meio Ambiente de Maringá. Em breve haverá
um concurso para este fim”, conta Maria.
Na rodoviária, a casinha de madeira
que abrigava Nina está, agora, vazia. E ao lado do nome da cadela, foi colocada
a palavra “luto”.
Fonte: anda.jor.br
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