Moradores dos municípios de Içara,
Jaguaruna e Balneário Rincão, em Santa Catarina, denunciaram o envenenamento de
pelo menos 40 cachorros neste mês. Todos os animais morreram.
Envenenar animais é crime previsto na
Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal 9.605, de 13/02/98), que tem com
penalidade detenção de três meses a um ano, além de multa.
(Foto: Divulgação / Imagem Ilustrativa)
Um dos cães envenenados, chamado
Ovelhinha, vivia em situação de rua mas recebia cuidados da dona de casa Salete
Casagrande. “Quando eu cheguei aqui na frente, vi ele babando. Comecei a
gritar, apareceram os vizinhos para socorrer, mas não teve o que fazer. Ficou
cinco dias na clínica e não resistiu. O veneno foi bem forte”, contou Salete.
O empreendedor Jeison da Silva também
socorreu um cão envenenado. Desta vez, entretanto, o animal sobreviveu. O
cachorro passou um dia inteiro recebendo soro e medicamento. “Foi uma
situação desesperadora. No carro, levando comigo, estavam minha mãe e minha namorada,
minha mãe chorando desesperada, porque a gente nunca tinha passado por uma
situação dessas”, disse.
Pelo menos 10 cachorros foram mortos
por envenenamento em três bairros e na região central do município de Içara
neste mês. “A pessoa que dá veneno para um animal, se ela ficasse no local
e observasse o sofrimento do animal, eu acho que ela não teria coragem de fazer
novamente. É muita maldade das pessoas”, afirmou o diretor social da ONG Amigo
Bicho, Carlos Alberto Fiorenza.
De acordo com as ONGs, a orientação é
de denunciar ao tomar conhecimento de um caso de envenenamento. “Procurar a
delegacia de Polícia Civil, registrar um BO [boletim de ocorrência], para que a
autoridade policial também tenha conhecimento, para que não fique um número
fictício”, explicou Fiorenza.
Também no mês de abril, no mínimo 15
cachorros foram mortos em Jaguaruna e outros 15 em Balneário Rincão. Um pedaço
de papelão que teria sido utilizado para colocar carne envenenada para um
animal foi encontrado pelo advogado Manoel Alexandre em frente à casa dele.
“Eu me sinto preocupado e até
agredido. A gente faz o serviço que o poder público não faz, a gente castra, dá
ração, dá comida.. só não pode botar todos eles dentro de casa, porque senão
fica até inviável. Aí vem uma pessoa dessa, não sei por que, não sei de onde,
bota veneno igual desse papelão”, disse Alexandre. As informações são do portal
G1.
Cães em situação de rua que eram
cuidados pela aposentada Margarete Freitas também morreram ou sumiram. “Ainda
estou achando cachorro até hoje. Não achei ainda o ‘Negão’, que eu cuidei dele,
que tinha doença de pele.. e não achei ele ainda”, lamentou.
Uma entidade de proteção animal deve
solicitar investigação dos casos ao Ministério Público de Santa Catarina. Já
foram registrados três boletins de ocorrência em Balneário Rincão.
“Pra gente achar o culpado e punir.
Pra ver se realmente a lei se cumpre, porque do jeito que está, não dá para
continuar. É uma impunidade, as pessoas são muito más, elas matam sem dó nem
piedade”, afirmou a presidente da ONG OPA, Emiliana Duarte.
A Prefeitura de Balneário Rincão
informou que está aguardando um parecer da polícia, já que os alimentos dados
aos cachorros foram encaminhados à perícia. A administração municipal de Içara,
por sua vez, disse que a fiscalização em relação aos casos de maus-tratos será
intensificada.
Fonte: anda.jor.br
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