A vida desta
elefanta é definida pelo concreto: os chãos são de concreto, assim como as
paredes e até mesmo as “árvores” são concretas.
Mali, uma elefanta
asiática de 43 anos, nasceu na natureza, no Sri Lanka. Porém, quando era apenas
um bebê, foi capturada, levada para longe de sua família para o Manila Zoo nas
Filipinas, onde vive há 40 anos.
Desde a chegada de
Mali ao zoológico em 1997, ela é mantida no mesmo recinto de concreto estéril.
Inicialmente, dois outros elefantes viveram ao seu lado, mas eles morreram não
muito tempo depois da chegada de Mali, informou Jason Baker, vice-presidente da
PETA Asia à reportagem do The Dodo. Muito pouco se sabe sobre os outros
elefantes ou como eles morreram.
Há décadas, Mali
vive completamente sozinha. Dentro de seu recinto, há algumas bolas, um
pneu, água corrente e pinturas de árvores. Porém, em geral, Mali tem muito
pouco enriquecimento, explica Ashley Fruno, uma ativista da PETA Asia.
“Quando você vê
Mali, não pode deixar de imaginar o que as últimas quatro décadas foram para
ela e a miséria, o tédio e a solidão que ela suportou. Mali já estava no
zoológico há quase 10 anos quando eu nasci e durante tudo o que fiz na minha
vida, Mali esteve sozinha, olhando para os mesmos muros de cimento de seu
recinto”, aponta.
Este tipo de
existência tem prejudicado muito a saúde mental de Mali, de acordo com Baker.
Na verdade, ela foi observada exibindo alguns comportamentos questionáveis.
“Numa exibição
verdadeiramente dolorosa do impacto que o Manila Zoo teve sobre Mali, ela foi
vista caminhando até a borda de seu recinto e estendendo o pé na esperança de
dar mais um passo. Quando ela percebe que chegou ao fim, Mali volta para trás e
tenta novamente … e novamente”, disse Baker em um comunicado.
“Finalmente
percebendo que não há para onde ir, uma Mali deprimida caminha sem rumo ao
redor de seu recinto, pegando detritos do chão. Outras vezes, Mali anda
incessantemente ou simplesmente fica em um ponto com sua tromba no chão. É dolorosamente
evidente que Mali está profundamente desanimada. Sua mente aguda é uma grande
placa em branco que não pode ser preenchida por nada no Manila Zoo”,
acrescentou.
A saúde física de
Mali também foi afetada. Em 2012, o especialista em elefantes Henry Richardson
sugeriu que Mali possui várias doenças distintas em seus pés – que são comuns
entre os elefantes cativos – incluindo unhas rachadas, cutículas crescidas e
almofadas de pé rachadas. Elas provavelmente ocorreram porque a elefanta vive
em um piso de concreto, ao invés de em terrenos naturais.
Desde 2009, a PETA
tem tentado convencer o zoo, que é uma instalação administrada pelo governo, a
permitir que Mali seja transportada para um santuário, mas o local ainda não
agiu.
O zoo argumentou
que Mali é muito velha para ser transferida para um santuário e que ela não
sobreviveria à viagem, mas Fruno tem uma opinião diferente.
“Em todo o mundo
todos os anos, elefantes de todas as idades são transportados com sucesso de
zoológico a zoológico, de local para local por circos e de zoológicos a
santuários por caminhão, avião e trem. Transportar elefantes é uma prática
comum e, se for feito com cuidado, provavelmente não causará estresse
significativo no animal”, disse em um comunicado.
“Mali tem 43 anos
atualmente, mas ela não é muito velha para uma nova vida”, disse Fruno. Temos
um plano detalhado para movê-la com sucesso para um santuário, onde ela será
capaz de andar livremente em espaços abertos, nadar e tomar banhos de poeira, explorar
e, o mais importante, contar com o companheirismo de outros elefantes.
Mali não merece menos do que isso”, finalizou.
Fonte: anda.jor.br (
foto: PETA )
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